sábado, 24 de dezembro de 2011

Mensagem



"Dentro dos meus olhos moram um monge triste,
Preso no silêncio eterno de uma meditação infindável
E uma criança só.
Eles tentam avistar um sino que toca ao longe..."
яαqυєℓ ρєяєιяα яσ¢нα - sρ

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Boas Festas e Feliz Ano Novo!


Desejo de Natal


Desejo um Feliz Natal, mesmo que simplório
Mas com sentimentos profundos e intensa empatia
Sinceros, transparentes e verdadeiros

Desejo que a mesa seja farta, bonita e enfeitada
Sem que sejam esquecidos a cozinheira,
a lavadeira, o cachorro, o gato e a missa do galo

Desejo que diante da ceia sempre caiba mais um
E alguns lugares estejam reservados para os ausentes
Pois estão sempre presentes em nossos corações

Desejo alegria, harmonia e nenhum porre
Entre Drink's e a alegria estejam as canções

Desejo os presentes mais criativos até
Aos mais sofisticados eletrônicos
E acima de todos os presentes
Que o mais simplório entre eles seja o amor

Desejo o sabor das guloseimas sem culpa
Que mais que o calor seja o frescor da chuva
Para depois na madrugada o céu se abrir
Pleno de luar cintilando todas as estrelas

Desejo no amanhecer mais fôlego e resistência
Pensamento voltado aos sonhos do Ano Novo
Que sejam poucos mas fiéis e sem tamanho
Mas que em todos os sonhos contenha a felicidade

Desejo que todos eles se realizem plenos
Senão todos, apenas alguns, mas se nenhum, sem neuras
O sonho não morre, como tudo, na vida ou na morte, se transforma
Reconheçamos no final do ano que estamos íntegros
Afinal a vida continuará sempre em movimento

Desejo a sorte de todas as simpatias e cores
Vestindo branco, dourado ou pulando ondas
Num banquete de frutas sobre a areia
Tabuleiros de búzios, tarot e muita proteção
Muita paz e esperança para o ano inteiro

Desejo um pouco mais que o Feliz Ano Novo ou Velho
Que nele esteja o Feliz Aniversário
Aquele bolo necessário, a velinha simbólica
Mas ao teu redor tenha inúmeros, dezenas de amigos
Comemorando mais uma árvore em teu pomar

Desejo um Ano Novo pleno de musicalidade das palavras
Que a cada sílaba que entoas suavemente encantas
Poesia e melodia juntas na sonoridade das canções

Desejo a sensibilidade sobre a pele de uma flor
Em harmonia perfeita, pétalas, pólem, aroma
Se fazendo rarefeita entre bemóis e sustenidos
Tal sopro de vida, corpo e alma em maestria

Desejo que se faça em poesia para o novo ano
Mãos hábeis, pensamentos a mil
Os versos em folhas ao vento em teu jardim

Desejo muito desejo de inspiração e desafios
Aos céus que sempre agradeço pela luz em companhia
Graças a esses desejos, desejo no Ano Novo o melhor
O mais primoroso Feliz AnoVelho

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Luas nuas


Na vaga superfície do mar
Chove o prateado da lua
Levitada no ar plena e nua
Teu olhar mareado parado no ar

A música que cantas o amor
Canta o profundo do coração
Desenhas na lua cheia de emoção
As paisagens que ocultas na dor

Passam sobre a tela redonda
As mãos juntas de outrora
Os braços que o ombro implora
O corpo no corpo que o céu os esconda

Enquanto caminhas sobre a marola
Nas águas de sal repicando em luzes
A lua segue e em teus passos enrola
Em gotas de lágrimas que reluzes

Esse mar amar tão traiçoeiro
O peito aberto e a lua colcheia
Ecoa num coração faceiro
Teimoso à extravasar na cheia

Tantas luas passam e a tua janela
Abre as frestas sobre a tua cama
Enluarando nua a tua pele revela
A outra pele que teu corpo chama

Revelas o nome e a lua maneira
Fará bailar as asas dos teus sorrisos
Até sem voz e esvair-se por inteira
Sobre a lua cheia escreverás teus versos

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Nas cores do retrato



O inverno cobre a noite de frio
Lentamente chove a melancolia
Persiste a solidão no longo caminho
O materno desejo da companhia

Pelo escorregadio gélido vidro
A saudade lacrimeja em gotas
Admirada a paisagem observa
A janela emoldurando a moça

Nas fotos como vais buscando
Só um instante de reencontro
De encontrar-se ouvindo a voz
O teu nome se abrindo encanto

No calor das tardes de sol
Pelas vertentes divisórias da casa
Como as linhas da palma da tua mão
Revelam teu plano da criação

Em cada aresta transparece a magia
Das cirandas ingênuas de alegria
Rodeando em pétalas de afeto
Floreando a tua rosa mais querida

Na suave sombra do dia
A mão afaga entre teus cabelos
Põe no colo para o aconchego
Na cantiga que embala o sono

Repousas no caminho do sonho
As infinitas lembranças abraças
A tua graça segura das companhias
A fêz refúgio de todas as tuas ventanias

O inverno te cobre a noite de frio
Lentamente chove a melancolia
Persiste a solidão no teu longo caminho
O materno desejo da companhia

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Canção de amor



São eternos seus momentos
São mágicos teus gestos
Das teclas, o branco e preto
Brando encanto nas oitavas

Silenciosamente pausas
Desejosos de harmonia
Nessa canção me perderia
Na musicalidade do teu corpo

Meu coração fica a mercê
Nas vibrações das cordas
Tatuo em minh'alma tuas clavas
Pedindo asilo em teu sentimento

Pelo teu amor divino
Sou teu anjo torto
Entrego o meu corpo
Meu par de asas

Em espírito murmuro a prece
Pelas mãos que fazem sonhos
Teu rosto em riso que aparece
Anunciando em versos meu destino

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Caem em gotas


Caem cristalinas, uma a uma,
Sobre a alvura do papel
Brandamente...
As estrelas
Cintilantes ao amanhecer

Da ficção o real ao imaginário
Na ânsia de inspiração
Construindo engenhosas pontes
Dos sonhos a mundana realidade

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Deficiências ou Dicionário do Quintana - Autoria: Profª Renata Vilella



O poema que se tornou conhecido com o nome de "Deficiências" ou "Dicionário do Quintana" é na verdade a parte final de um texto redigido pela professora Renata Vilella, da escola Flor Amarela. http://www.floramarela.com.br/secao.12,sm.11.aspx

"Deficiente" é aquele que não consegue modificar sua vida, aceitando as imposições de outras pessoas ou da sociedade em que vive, sem ter consciência de que é dono do seu destino.

"Louco" é quem não procura ser feliz".

"Cego" é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria.

"Surdo" é aquele que não tem tempo de ouvir um desabafo de um amigo, ou o apelo de um irmão.

"Mudo" é aquele que não consegue falar o que sente e se esconde por trás da máscara da hipocrisia.

"Paralítico" é quem não consegue andar na direção daqueles que precisam de sua ajuda.

"Diabético" é quem não consegue ser doce.

"Anão" é quem não sabe deixar o amor crescer.

E "Miserável" somos todos que não conseguimos falar com Deus.

"-Recentemente, o final do texto, foi divulgado na internet, com o título "Deficiências" e atribuído ao grande Mário Quintana. Com a ajuda de internautas estamos tentando desfazer o equívoco." Professora Renata Vilella-MG

domingo, 10 de julho de 2011

Tempo de viver


E a vida seu curso seguirá
E pela chuva ela passará
E no sol se iluminará
E das tuas dores não saberá
E das tuas alegrias não sentirá
E todo efêmero sublimará
E a solidão sentida contradirá
E no final a vida te lembrará
És terra

Coração perdido


Hoje não tenho cansaço
Indiferente a minha angústia
Com tuas lembranças refaço
Toda a minha alquimia

A minha agonia insiste
Em buscar-te nos tristes versos
A encontrar nas entrelinhas
Os teus segredos reversos

Lastimo o meu destino implacável
Meu tempo presente chegou antes
O meu amor chegou como presente
Num desencontro inalienável

A minha dor na busca persiste
Do alívio no sabor dos sonhos
No brilhante lacrimejar na íris
Meu coração de amor substraíste

Se agora escrevo poemas vazios
Vazio como um peito sem coração
Uma poesia perseguindo palavras
Fazendo-me tolo diante dos desafios

Hoje tornei-me um mistério
Com a mão que colhe palavras
Escrevo no branco das páginas
Somente o que em ti leio

Meus sonhos indecifráveis
Fazem a ponte com o coração
Porque a luz dos olhos teus
Me fazem ver que não são meus

Sem dona por vários dias
Procuro um coração perdido
Hoje caminho refazendo os passos
Preciso encontrá-lo nas tuas poesias

Nas cores do retrato


O inverno cobre a noite de frio
Lentamente chove a melancolia
Persiste a solidão no longo caminho
O materno desejo da tua companhia

Pelo escorregadio gélido vidro
A saudade lacrimeja em gotas
Admirada a paisagem observa
A janela emoldurando a moça

Nas fotos como vou buscando
Só um instante de reencontro
Encontrar-me ouvindo a tua voz
Meu nome se abrindo encanto

No calor das tardes de sol
Pelas vertentes divisórias da casa
Como as linhas da palma da tua mão
Revelam teu plano da criação

Em cada aresta transparece a magia
Das cirandas ingênuas de alegria
Rodeando em pétalas de afeto
Floreando a minha rosa mais querida

Na suave sombra do dia
Afagas a mão entre o cabelo
Teu colo para o aconchego
Na cantiga que embala o sono

Repouso no caminho do sonho
As infinitas lembranças abraço
A tua graça segura das companhias
Refúgio de todas as minhas ventanias

O inverno me cobre a noite de frio
Lentamente chove a melancolia
Persiste a solidão no meu longo caminho
O materno desejo da tua companhia

sábado, 14 de maio de 2011

A cidade em que nascí


A cidade em que nascí era plena de cores
O sol nascia avivando o verde das folhas
A ventania corria solta pelas alamedas
Verdejavam as árvores e os pássaros multicores

A cidade em que nascí era de casas abertas
Se avizinhavam tranquilas em ruas alegres
Pardais em sinfonia ao raiar de todo dia
Ficavam o leite e o pão nas manhãs dos portões

As crianças inventavam livres brinquedos
A bola subia pela fachada das vidraças
Na praça o limite do céu era das pipas
No centro do alvo a guerra dos estilingues

A cidade em que nascí o bonde ainda passava
Entre ruas estreitas com muito orvalho
Passava aberto tilintando a sineta
Revoando as folhas por entre os trilhos

Imensos casarões ladeavam as avenidas
Ostentando a herança dos cafezais
Muitas quadras eram dos cinemas
Piscando luminosos de novos filmes

A cidade em que nascí raiava o dia
Com andarilhos alegres de baile
De tanta dança cansados da noite
Tranquilos na manhã buscando o sono

A cidade em que nascí não mais existe
Ao longo do tempo as cores se perderam
De cinza e preto tingiram os pigmentos
Sem limites edificaram arranhando o céu

Se ilharam as casas pelos altos muros
Por detrás das grades observam as janelas
Transparece ao sol o apuro dos rostos
As estrelas da lua obscurecem na cinza névoa

A cidade em que nascí já não aquece
Nos corações ficaram o frio do concreto
Nas pistas de rolamento o jogo de paciência
Toda violência transbordou seu limite

A cidade em que nascí nunca dorme
De insônia crônica de submundo
Sem noites os dias vão violando
As crianças esquecidas de infância

A cidade em que nascí não mais existe
Não se reconhece pelo passado
Na cidade em que nascí não mais existo
Somos o anonimato, estranhos um para outro

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Do Divino Rei sou realengo


Rio de Janeiro - Realengo 07/04/2011
Na aurora de um novo dia
Não tenho mais os sonhos
O sorriso livre que trazia
Perdeu-se no pavor medonho

O universo que aflorava em vida
Na alegria das cores de um jardim
A desprotegida paz foi traída
Sem como resgatar a vida do fim

Desbravador dos sete mares
Infante régio dos continentes
Aprendiz dos grandes navegadores
Do Divino Rei sou realengo

Se tiras da existência ainda jovem
Do botão sem desabrochar a vida
Rapinas as asas de anjo como provém
Cairás em solo sem nome homicida

Renegas a dor e a saudade aos meus
Pelo desgosto do amor, do sorriso e da flor
Hoje me faço em paz em Jesus
Do Divino Rei sou realengo


(ps. minha poesia é pequena diante da dor,
modestamente concedo as palavras a eles.
Peço apenas que orem por eles.)

segunda-feira, 21 de março de 2011

Cantiga de amar


Há uma cantiga no ar
Uma pequena sereia
Colhendo estrelas cadentes
Embalando as vagas do mar

Pequenas sereias no mar
Colhendo cantigas cadentes
Reluzentes nas vagas
Embalando as estrelas no ar

quinta-feira, 10 de março de 2011

Para se ter um grande amor


Para se ter um grande amor
É preciso estar distraído
Ser pego de súbito
Enxergar além da imagem
Reconhecendo o conteúdo

Para se ter um grande amor
É dar um presente a quem se ama
Sabê-la feliz pela modesta surpresa
Compartilhando esse momento de alegria
Sem que ela perceba que é o teu aniversário

Para se ter um grande amor
É pulsar a música no sangue
Galgar é preciso além dos corpos
Navegando os olhos nos olhos
Abandonando o corpo no prazer da alma

Para se ter um grande amor
É preciso saber-se parte do outro
Pelo desejo de amanhecer juntos
É preciso saber-se mútuo
E que a morte um dia irá separar

Para se ter um grande amor
É preciso um conteúdo de valores nobres
Sem esquecer do lado prático e mundano
Que o que se fez no passado não se desfaz
E dizer o que sente é a mais pura verdade

Para se ter um grande amor
É preciso ter paciência
Esperar que amor um dia aconteça
Sem querer insistir em ser correspondido
Que só se pode amar quando se tem amor

Para se ter um grande amor
Não basta prometer para se esquivar
É saber que o lado bonito fica cansado
É preciso respirar a própria identidade
Cada qual no seu devido momento se ser

Para se ter um grande amor
É preciso muita liberdade
É apoiar sem submissão
É soltar as amarras da embarcação
Com as velas ao vento querendo voltar

Para se ter um grande amor
É preciso fazer uma retrospectiva
Saber se o grande amor já passou pela vida
E antes de ter, é preciso ser um grande amor
Antes que a vida acabe para se viver um grande amor

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

A saudade


Nem sempre posso estar presente
Nem sempre estou ao seu dispor
Posso estar ausente
Mas é teu o meu amor

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

O amor perfeito


No banco de madeira
Num jardim fora do mundo
Jaz em ciclo perfeito uma folha
Se fora o tempo e tudo se cala

A existência em absoluto silêncio
Para um minuto de saudade e de dor
Indiferente ao redor gira o planeta
Tolamente sem saber para onde

As mãos escolhem as palavras
Unindo-as em longos fios no tear
Da alvura brindar-lhe o colorido
Pelo amor que gerou a vida

Sobre a cabeceira um livro eterno
De um amor mais que perfeito
O branco do meio ao fim das páginas
A saudade escreve com as mãos ausentes

No tear a alvura dos longos fios
Tece em memória de uma vida
Pairando sobre o rosto Divino
O manto de um sagrado amor.

domingo, 30 de janeiro de 2011

Na janela do tempo


Passa o vento sorrateiro
De mansinho pelas arestas
Em silêncio pelas frestas
Sem farfalhar as folhas no canteiro

Emoldura a janela a mulher debruçada
No olhar o infinito que não alcança
Pensamentos vão e voltam na balança
Os passarinhos reverenciam em revoada

Se o tempo é o melhor remédio
Com as horas marcando o cansaço
Guardo em seu peito o descanço
Despertando em descompasso o tédio

Aprendi a mentir que te esqueço
A enganar-me em outros enganos
Desconstruindo as formas pelos anos
Na gota de tua essência ora cresço

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Uma flor sobre os escombros


E o mundo se fez
Com formas e ciclos
Invertendo os sentidos
Na linha do equador

Elevou continentes e cordilheiras
Aprofundou o solo e os vales
Vestiu com gêlo, areia e florestas
Derramou nas águas o doce e o sal

Em quatro estações o clima
Uma excelência em cada uma
Se verão uma primavera
No inverno do outono

E a vida se fez bonita
E o homem por consequência
Criando sonhos, o impossível
O universo paralelo das necessidades

E a impermanência se faz perfeita
Como os sonhos se transformam
Diante da beleza do imperfeito
Deixamos uma flor sobre os escombros
~.~
Em solidariedade a Região Serrana do Rio de Janeiro
” Os políticos têm memória de mandato de cinco anos, a Terra de milênios. ”
Olivier Lateltin

sábado, 22 de janeiro de 2011

O Eclipse


Corre-corre, pula-pula, brincam as crianças
No jardim de flores farfalham as folhas
Entre as árvores passarinhos saltitantes
Radiante faz o dia a dia dos passantes

Um espanto paira sobre as cabeças
Pouco a pouco desfazem as escolhas
Entre as poucas nuvens distantes
A penumbra cobre os olhos diletantes

O encontro marcado de esperanças
Escrevem rimas no branco das folhas
O lume dourado e o prateado consonantes
Personificam um corpo e uma alma rutilantes

Os seresteiros esperançosos de lembranças
Numa dança unem pares sem escolhas
No meio do céu dos astromantes
Embalem cantigas apaixonantes

O sol clamando os poetas de esperanças
No coração a lua inspire a quem olhas
Sem o inverno das paixões lacrimantes
Da solidão resguarde a inspiração dos amantes

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Memória


Dormes amena serena
Teu sono suave embala
Os sonhos de outrora pequena
Os segredos guardados na mala

Muitos mistérios na descoberta
Num universo a cada lembrança
A emoção que o coração aperta
Reaquecendo aquela esperança

No livro a estória escondia
As viagens com mil destinos
A cada página uma alegria
Da bailarina aos violinos

Ficou na memória infanticida
O sonho simples de ser feliz
Pelo que ora somos esquecida
Por tantos quesitos nos contradiz

Intrínseca natureza nos conduz
Na insaciável certeza do ser
Buscando razões que nos induz
Afinidades para o amor acontecer

Na lógica razão do medo
Nos torna intransponível
Entre mulharas de degredo
O simples em desejo impossível

O mundo tão bonito
A natureza tão perfeita
O amar simples explícito
Nos tornamos em desdita

O próprio amor


Hoje não há estrelas
O ar úmido paira abafado
Nas torres não há sentinelas
Estático, um coração apertado

As luzes cintilando na água
O depois da chuva na rua
O farfalhar de folhas que apazigua
A contínua ausência da lua

Tão somente uma estrela
O guia para um norte
Uma janela sem tramela
No olhar sem rumo ao horizonte

No caminho sem ter para ir
Guardando pedras no ventaval
Um pranto disfarça em sair
Do caule o espinho arestal

O pensamento entre tantas vozes
São presenças que locomovem
Ausentes de afeiçoar o sonho
Num encontro que se contravêm

Um sonho sem parceria
Num beijo sem a outra boca
Na constância em viver agonia
Uma arejada flor que sufoca

Se resta ao pranto o alívio
Se falta a estrela ao destino
A vida se faz em declívio
Coube ao divino o desatino

No roçar de mãos solidárias
Apenas os corações sem rosto
Nas confissões solitárias
Solidão em sublime interposto

Magestosa se faz companheira
Dirimindo todas as mentiras
Em outrem que a si imbuíras
Revela em si a busca verdadeira

Encontra, o amor dorme sereno
Rara dádiva para outro ser feliz
Ileso o corpo moreno
Na alma persiste a cicatriz

Cabe em si mesmo os destinos
Saber-se o porto seguro
O corpo e alma genuínos
Só o amor lance em futuro