domingo, 30 de janeiro de 2011

Na janela do tempo


Passa o vento sorrateiro
De mansinho pelas arestas
Em silêncio pelas frestas
Sem farfalhar as folhas no canteiro

Emoldura a janela a mulher debruçada
No olhar o infinito que não alcança
Pensamentos vão e voltam na balança
Os passarinhos reverenciam em revoada

Se o tempo é o melhor remédio
Com as horas marcando o cansaço
Guardo em seu peito o descanço
Despertando em descompasso o tédio

Aprendi a mentir que te esqueço
A enganar-me em outros enganos
Desconstruindo as formas pelos anos
Na gota de tua essência ora cresço