domingo, 24 de março de 2013

No obscuro desejo


Al Di Meola - Misterio

Não posso libertar o delírio
No templo de todas as sombras
O amor que em mim criastes
Na clausura do que sonhei ter

Alço o voo de todas as promessas
Nas lágrimas que me sangram
No tormentoso labirinto do tempo
Nas emoções que brotam a pouca luz

No obscuro da paixão indecifrável
Sofro a dor nos outros olhos
O triste canto que hás de ouvir
No pássaro que em mim gorjeia

Nos pulsos em que me corto
A esperança escorre em meu peito
O venenoso amor que agoniza
Da espera que nunca voltas

Quando pousas no meu olhar
A boca dos meus desejos
O cheiro da pele que tu proteges
No vento que se acaricia

Despertas o que vive em meu peito
O fantasma dos mil tormentos
A certeza que me abandonas
No caminho mais longo da morte

Nas pedras que rolam no tempo
Marcando a aspereza das mãos
Deito as palavras que escrevo
Adormecidas na poeira do tempo

Fostes na palavra inacabada
Na saudade dos versos que escrevo
Na poesia que desnuda no corpo
O  doce engano de sermos nós