sexta-feira, 23 de maio de 2014

Nem o tempo, nem as águas


Eu te amo [Chico Buarque-Tom Jobim]
Com Mônica Salmaso- Banda Mantiqueira e Orquestra Sinfônica do Estado de SP

No pêndulo de todas as horas
Todas as noites se encontram
Desnudam as vidas sob os lençóis
Os minutos se calam de sentimento

As carícias passam soltas dos corpos
Das pontas atrevidas dos dedos
O desejo transpira no rubro da face
O beijo repousa por entre os lábios

Dos toques suaves sobre a pele
Meu olhar persegue os seus arrepios
Do brilho dos teus olhos se faz luz
Na escuridão dos meus instintos

O prazer não mais cabe no instante finito
No olhar encerra a floração primaveril
Os corpos que se encontram na chuva
Nas gotas suspensas de um único rio

Não posso te dar um amor infinito
Nem o brilho estranho das horas
Tampouco a saudade distante do eterno
Mas te darei todo o meu imenso vazio

Há no vazio um nada maior que o eterno
Nele guardo as infinitas constelações
Reluzem os brilhos na majestosa escuridão
Nele te guardo entre os amores infindos

Quando nos fios o branco acene o fim
Como o tempo e as águas que jamais voltam
Se faça única em vida e me abandones
Salvas no coração, não morras antes de mim