segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Luas nuas


Na vaga superfície do mar
Chove o prateado da lua
Levitada no ar plena e nua
Teu olhar mareado parado no ar

A música que cantas o amor
Canta o profundo do coração
Desenhas na lua cheia de emoção
As paisagens que ocultas na dor

Passam sobre a tela redonda
As mãos juntas de outrora
Os braços que o ombro implora
O corpo no corpo que o céu os esconda

Enquanto caminhas sobre a marola
Nas águas de sal repicando em luzes
A lua segue e em teus passos enrola
Em gotas de lágrimas que reluzes

Esse mar amar tão traiçoeiro
O peito aberto e a lua colcheia
Ecoa num coração faceiro
Teimoso à extravasar na cheia

Tantas luas passam e a tua janela
Abre as frestas sobre a tua cama
Enluarando nua a tua pele revela
A outra pele que teu corpo chama

Revelas o nome e a lua maneira
Fará bailar as asas dos teus sorrisos
Até sem voz e esvair-se por inteira
Sobre a lua cheia escreverás teus versos