terça-feira, 28 de julho de 2009

A lua - enigmática mulher


Corre como um rio intenso
Pressinto e repenso

Com o frio insistente na alma
O suor gélido na palma

Nos extremos da ansiedade e da solidão
Os passos entre a penumbra e a escuridão

Quimeras de tantas nuvens
Te espero se ainda vens

Pairando no ar a descrença
Nos raros momentos de força

Com o peso da dor entre o vento
Resistindo em meu intento

Por essa dádiva desmerecida
Enquanto espero em sobrevida

Faz tanto frio em mim
Saber que a noite não tem fim

Querendo o céu descortinando em estrelas
Piscando milhares de luzes brancas e amarelas

Como se fossem as gotas de lágrimas
Derramando as palavras em rimas

Pingando nas bordas das arandelas
Sem o teu colorido das aquarelas

Como se pairando no ar de emoção
Deixando-se seduzir de contemplação

De estar flutuando em seu sorriso
Não sei se choro ou me faço em riso

Enquanto te espero amorosamente nua
Magestosamente enigmática lua