quinta-feira, 1 de outubro de 2009

As imagens



No instante em que nos vemos.
Somos os espelhos de nós mesmos.
Traduzimos nos olhares reluzentes.
Na mesma frequência do que somos.

No instante em que nos vemos.
Somos dois nos espelhos opostos.
Perdidamente desejosos.
Do infinito labirinto de nós mesmos.

No instante em que nos vemos.
Nos tocamos em carícias no reflexo.
Num desejo mútuo instantâneo.
De nos termos e nos amarmos.

No instante em que nos vemos.
Somos pares cada qual em seu espelho.
Infinitamente amor ou ódio.
Seremos as eternas imagens.

No instante em que nos vemos.
Seguiremos nossas vidas em paralelo.
Com a intensidade do medo que nos distancia
E a luminosidade do amor que nos faz elo.

No instante em que nos vemos.
As mudanças do tempo nos farão sensíveis.
A cada ângulo morremos um pouco.
Paralelamente viveremos ao infinito.

No instante em que nos vemos.
Somos transparentes um ao outro.
Imagens e semelhanças dos pares
Viveremos fugitivos da escuridão.

No instante em que nos vemos.
Inseguramente saberemos
Que somente existiremos
Sob as luzes de nós mesmos.