domingo, 3 de julho de 2016

não permitas que somente a vida aconteça

Quando Amanhecer [Vanessa da Mata] feat. Gilberto Gil
álbum "Bicicletas, Bolos e Outras Alegrias".
http://www.vanessadamata.com.br/
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Arte e Solidão 

La Mère Pichaud -1890 - Guy Rose (1867-1925) 
http://www.guyrosegallery.com/

“A cadeira vazia”- The empty chair -1922. Charles Spencelayh (1865 - 1958)
https://www.flickr.com/photos/nogtow/sets/72157625152860375/
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Arte e solidão 
Guy Rose (1867-1925) é um nome muito talentoso dos impressionistas dos EUA. Pintou este quadro ( La Mère Pichaud) em 1890. Uma senhora olha a cadeira vazia de forma expressiva. A pintura é da fase francesa dele, quando estava próximo a Monet. O outro é do pintor acadêmico inglês Charles Spencelayh (1865 - 1958) e se chama “A cadeira vazia” (The empty chair) , de 1922. Os dois falam do envelhecimento, da espera, dos parentes que não chegam e da dificuldade em lidar com o abandono. 
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não permitas que somente a vida aconteça 

só em teus braços componho melodias
construo-me nos momentos de teu silêncio
se a cada um não, mais da vida eu sei
e em si mesmo, em cada um há uma prisão 

e sem que percebas, a vida nos ilude
e na dor dos outros, a tua dor se alivia 
como sou e serei sem que digas o que tu és?
se me desconstruo em sua existência finda

saber-te prisioneira em tua beleza
se acreditamos em que não vemos
por medo, sem saber que és meu destino
se em que nos vemos não acreditamos 

se nos cativamos e fazemos sofrer
na tua beleza de alma eu me devoro
e em tua rubra boca me enveneno
é no teu corpo que minh'alma existe

sabes que um dia a beleza ofusca e passa 
mas quando se abres como uma aurora
extasia-me, faz-se a bela e me deslumbra
te vislumbro como um desabrochar em flores 

e se te doas por tudo e tanto me encanto
me busco em tua paz, se és meu repouso
anseio em tanto amor e o quanto amas
espero em teu peito os botões de rosa

por tanto amar teu desabrochar em vida
que eu tanto sofra se nos ver na dor
se me reconheces em duas almas antigas
foi o encontro nosso pelo maior destino 

e o mesmo destino que se fez ingrato 
se em teu corpo jovem me envelheço
a ironia foi destino antes do nosso amor 
e se agora soube em minha dura sina

pior saber-te da ambição dos outros
do egoismo a enclausurar-te bela
libertar-te, é por tanto amar-te à vida
se te deixo partir, eu te suplico livre 

pois sem teu amor, liberta-se por mim
e se me abandonas para que não sofras
saberei, se não haveremos nós num hoje
sou sem amar num nós e a morte me clama

da sua dor sei que em tuas palavras sangras
iluminas com seu amor os meus labirintos
lá onde sei, te perco dos meus caminhos 
pois trouxeste a plena luz de teus carinhos

me desprezo a morte para saber-te feliz
apenas que saibas para onde foi a vida 
se és forte, saberás, é a minha razão de vida 
e então saberei da minha vida sem mim

importo com meu fim sem teus carinhos
importo o não viver, se viver sem teu amor 
que breve eu seja, pois sem amar-te em nós 
sem nosso amor a vida não tem sentido 

aconteça em vida pelo verdadeiro amor
não se permita que a vida te aconteça
és teu o amor e faça-o acontecer em tua vida 
se o destino é meu e seguirei com a minha dor

em sentimento que se represa, o amor transborda 
numa inundação é inevitável o seu curso d'água
o amor está a espreita entre o desejo e a dor
num mundo nos deseja, um mundo de dois corações

não permitas que somente a vida aconteça 
no mundo de dois corações viver num só

"pior que morrer é não viver."

Leia mais: http://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=311322 © Luso-Poemas

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