Al Di Meola - The Grande Passion - Live in Warsaw, 2000 [1]
O Longe existe no tempo
No tempo tão longe do inexiste
Tê-la pela sobra de dois corpos
Pelas gotas de saliva
Beijos inacabados
Sobras da distância de um tempo
Que a boca que não cala
Saciam na distância de dois corpos
Nos inúmeros amanheceres infiéis
Nos anoiteceres esquecidos
Nas paisagens alegres
Tristes toques
Do leve roçar dos lábios
O teu corpo solitário olhando
Mãos movidas pela distância das paisagens
Muitas e poucas nos alegres ou tristes talvez
Anoiteceres repousantes
De amanheceres de esquecimento
Teu cabelo solto
Soltavam-se molhando a água
Que desaguava sobre a fronha
De bruços deitava o teu corpo cansado
Num exausto mudo de estrelas
Abraçaram as horas pelas estradas
Nas tuas sandálias cansadas dos pés
Traziam um corpo
Meu corpo que não era teu
No peso ausente da tua bagagem
Hoje teimo em saciar a sede
Com tua ausência de esquecimento
Na saia florida desenhava tuas pernas
Sobre os seios a blusa conspirava
Teu corpo deitada
No meu mudo gesto insistente olhava
O nascer da desesperança
Tão pouco necessitas para viver [disseste]
Num pouco entendido me fiz existir
Que me percebo no esquecimento
No aborto que entre nós nasceu
Não é saudade
É um lugar que o vazio existe
Se atravesso morro do que nos separa
Sigo cantando:
Puitii hapleide có-é-cáe
Uma mulher branca
Puitii burbulê cacuá candiêtê
Uma lua no céu de estrelas
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