terça-feira, 8 de janeiro de 2013

No longe que existo



Al Di Meola - The Grande Passion - Live in Warsaw, 2000 [1]


O Longe existe no tempo
No tempo tão longe do inexiste

Tê-la pela sobra de dois corpos
Pelas gotas de saliva
Beijos inacabados
Sobras da distância de um tempo
Que a boca que não cala        

Saciam na distância de dois corpos
Nos inúmeros amanheceres infiéis

Nos anoiteceres esquecidos
Nas paisagens alegres
Tristes toques
Do  leve roçar dos lábios
O teu corpo solitário olhando

Mãos movidas pela distância das paisagens
Muitas e poucas nos alegres ou tristes talvez

Anoiteceres repousantes
De amanheceres de esquecimento
Teu cabelo solto          
Soltavam-se molhando a água
Que desaguava sobre a fronha

De bruços deitava o teu corpo cansado
Num exausto mudo de estrelas

Abraçaram as horas pelas estradas
Nas tuas sandálias cansadas dos pés
Traziam um corpo
Meu corpo que não era teu
No peso ausente da tua bagagem

Hoje teimo em saciar a sede
Com tua ausência de esquecimento

Na saia florida desenhava tuas pernas
Sobre os seios a blusa conspirava
Teu corpo deitada
No meu mudo gesto insistente olhava
O nascer da desesperança

Tão pouco necessitas para viver [disseste]
Num pouco entendido me fiz existir

Que me percebo no esquecimento
No aborto que entre nós nasceu
Não é saudade
É um lugar que o vazio existe
Se atravesso morro do que nos separa

Sigo cantando:
Puitii hapleide có-é-cáe
Uma mulher branca
Puitii burbulê cacuá candiêtê
Uma lua no céu de estrelas


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