LUIZ MELODIA - ONDE ANDA VOCÊ?
Composição: Hermano Silva e Vinícius de Moraes
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Dessa força indomável que escreve
O que me sangra dessas palavras
Buscam o corte certo e dolorido
Num dilema obscuro que nasce a dor
Perfura e sobrevive no incontrolável
Percorre o ilusório das invisíveis planícies
Do lume da paisagem, do branco da neve
Acumula as tuas formas na alvura da folha
Na idade em que a flor madura aflora
Te invento para roubar teu perfume
Se estamos no mesmo lado da vida
O obscuro se arrepende de uma paixão
Das paralelas de um nunca encontro
Abraço a inexistência do teu abraço
No labirinto jardim ouço teus passos
Da tua respiração expiro o meu tempo
Olhos quase negros a tua luz dissipa
No peito, nenhum ruído se ouvira
Duma total ausência de um coração
Mexe os lábios afastando as palavras
Não te saberei encontrar nas respostas
Se teus, os segredos estão nas perguntas
De uma montanha adormecida em silêncio
Te escondes nas cores quentes do outono
Num voo de silhueta inquietante
A penumbra de um rosto de mulher
Se encontra no onde, no quase amor
No desde sempre de uma redenção
De que resta servir-me das chaves do céu
Servir-me da eternidade e um inferno
Se não me absolvo em tua anarquia
Te morro no crepúsculo de um não Deus
Um rosto penumbra de muitas auroras
Teu rosto nasce da arte do encanto
Num único olhar crava o ferrão no hoje
Meu único hoje e tudo tem o seu tempo
Na falsa grandeza, no vício letal
Sem a tua culpa, guardo o castigo
Não tenho a tua causa, mas o teu efeito
Sem um rosto para maravilhar o simples
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