Procol Harum - A Whiter Shade of Pale, live in Denmark 2006
Enquanto ainda fores
Voes...
Para que as folhas
Sejam as tuas asas
Se das dúvidas nasce a descoberta
Faço contigo a tua ausência duvidosa
No cochilo do tempo da vida,
E, por vezes,
O tempo da vida cochila em mim
Não ser a inconsequência
Do ano em que morri
Subtraidamente
Do ano em que nasci
No ápice do contratempo
Se das palavras soltas no espaço
Nascem as interrogações das estrelas
Se te descubro no nascer das dúvidas
O que farei de mim?
Serei o continuo gene
Que traça a obra inacabada
Modestamente continuada
Numa escrita quase perfeita
Se no corpo o colher as palavras que escorrem
No deslizar da pele nos teus suores
As frases afoitas desvendam os sabores
A cada descoberta a nova palavra
Não me perderei nas ruelas
Da praça do poema perfeito
Nas amarras dos verbetes
No cachorro invisível
Um novo segredo dos teus amores
No acender das chamas nas entrelinhas
Fez-te a mulher amada à penumbra da noite
Sob o teu repouso a libido se cala
Serás o clima que me escolhe
O tamanho do meu cobertor
Daquela palavra exata
Que o nó da garganta desata
Mesmo que o sim
Seja talvez insistência
Faço-te meu novo fim
Na palavra que recomeço
Diante da tua beleza deitada
Sobre enluarada pele fraseada
O verso que te desnudo
Respira-me profundo a palavra