sexta-feira, 5 de março de 2010
Lágrimas
Lágrimas que escorrem no rosto
Como cristais...
Como ais...
Tem gosto de sal
Transparece o lado oposto
Deixando ver o bem e o mal
Tão cristalinas em maremoto
Aos milhares refletindo o arco-iris
Na beira do cais...
Recordações demais...
Comovidas por estarem vestidas de roto
Outras envenenadas de intenções vis
Lágrimas que encontram lágrimas
Muito além do mais...
Jamais, jamais...
Outras chorando pelo desencontro
Algumas sorriem de si mesmas
N'outro tempo triste no espectro
Lágrimas como o sal da terra
Lembranças pessoais...
Navegas arrais...
Temperadas pelo o sal do corpo
No oceano de lágrimas de guerra
Lacrimejando na hora do escopo
Dos santos olhos goteja o sangue
A rubra flor-de-lis...
Róseas ou azuis dos miosótis...
Da persistente face da miséria humana
O ciclo de vida se perdendo no mangue
A gana do ter rompendo a membrana
A noite encobre o dia de breu
Sopro de amarilis...
Nós, comum de dois...
Tuas lágrimas reluzem no céu
Sentindo as estrelas em camafeu
Tão presentes com teu corpo em apogeu
Sentir o doce sabor da lágrima
No oásis...
Na luz da íris...
Num pranto sufocado de desejo
Chorando essa vontade desestima
(Bordejo com as estrelas caidas pelas ruas)
Um nome na fria noite rumorejo
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