sábado, 5 de setembro de 2009
No caminho da luz
Astro rei em tua grandeza
Dourado manto te acalentas
Na maciez da pele te aquece
Refletindo nos longos cabelos
O sedoso cintilar o teu brilho
Na umidade que se faz nos poros
Transpiras o teu perfume na brisa
Moldurando os sonhos e meus desejos
Nas suaves curvas bronzeadas
A tua delicada carmurça de orquídea
Sou cativo do teu olhar afetuoso
Nos rosados lábios rendendo-me inteiro
Em teu sorriso a ternura de amar
Teu jeito feminino de ser primavera
E nos verões se desnudar em flores
Percorro todas as tuas tristezas
Em cada momento dividir teu pranto
Sem buscar todas as respostas
Nem querer saber se vale a pena
Lado a lado, a vida com novas perguntas
Alçando vôo numa viagem da vida
Ouvindo os corações em silêncio
Na tênue linha entre a razão e o amor
Na mesma direção dos olhos nos olhos
No caminho da luz em nós mesmos
A tua presença
Quando acordo pelas manhãs
O sol admirando teu corpo moreno
Vejo em teu leito a luz da janela
Teu suave repouso no branco da nuvem
Olho teus longos cabelos negros
Reluzindo em curvas delineando o rosto
Como posso tanto amor, tanto querer?
Se nem sorriu, se nem olhou para mim
Tantas palavras tuas escritas no ar
Dizem das mágoas que vivem em teu coração
Falam de teus amores, sonhos e canções
Tristes histórias que não tiveram fim
Traduzem as mágoas na tua descrença
Percorrendo os labirintos do desamor
São as juras de amor no coração ferido
Sussurando preces benditas a alma
Como posso te dar a minha crença?
Desejando o milagre da felicidade
Te presenteando com a via láctea
Lembrar-te das coisas belas que há em ti
Entrego a minha paz de todos os dias
Das minhas preces o pedido de ser feliz
De todos os meus sonhos o teu acontecer
Quero te fazer amar e tenho de ti só a presença
Entre as estrelas
Contemplo agora o meu nascer
Depois de tanta escuridão
Buscando em ti a transcendência
Das minhas noites que são tuas
Esvai de mim o viver
Se te faço amar na dor
Do meu querer nas entrelinhas
A minha insensatez em teu ser
Nessa névoa invísivel do medo
Minh'alma se cala cúmplice da tua
O silêncio denuncia tanto saber
Sem saber se só existem juntas
Sentir-te ao lado conviver
Na intensidade de um amor
Tendo-a nos braços aninhas
Perdoas meu desamor embevecer
Neste meu olhar perdido no infinito
Busco o brilho raro dos olhos teus
Entre as estrelas uma órbita celeste
Desejos d'alma que os corpos realizam
Partilhando a tua dor no anoitecer
Sufoco minha alegria no amargor
Tenho as insones noites que caminhas
Pelo desejo de contigo estar no amanhecer
Resplandeces no azul manto da noite
Como as estrelas nas noites inquietas
Detenhas meu amor em segredo
No teu coração deixa viver
Alquimia
Caminhemos não importa para onde,
Estaremos juntos simplesmente,
Pela via onde nossos corações celebrem a paz.
Mergulharemos no nosso mais íntimo desejo
Em busca da dor em si mesma.
Encaremos friamente nosso medo
De termos tudo para não sermos nada.
Contemplei a vida com minha armadura polida.
Com a lança em riste matei dragões.
Construí os castelos da fantasia.
Expandí as fronteiras das possessões.
Cavalguei pela ponte entre os sonhos e as ilusões.
Vaidoso acumulei a riqueza para o ter.
Hoje sou prisioneiro dos meus escudos.
Olho firmemente para dentro dos meus olhos.
Nenhum pigmento me fará rubro a palidez da anima.
A solidão conspirou no curso da minha existência.
De desamor caí em espiral para dentro do meu infinito.
Caí da torre do orgulho partindo-me em pedaços.
De onde, soberanamente, abraçava o mundo.
Vem comigo para que eu possa te mostrar a solidão.
Caminhe comigo com os pés descalços sobre a terra.
Pegue a minha mão trêmula e abrace a minha alma frígida.
Nada lhe será temeroso, se meu coração só existe no anonimato.
Vem mostrar-me o caminho que busco para dar-lhe um nome.
Não importa quantas pedras no caminho terei que pisar.
Saberei que nessa direção não sentirei ainda mais a dor.
Vem ao meu lado, ensina-me as canções para sonhar
E eu as cantarei para seus pés dançarem.
Vem, ensina-me a dançar as canções do seu coração
E dançarei embalando seus sonhos e devaneios.
Vem, abre o seu coração e escreva uma poesia que fale de amor.
Mostre-me o medo dos nossos limites e os erros do futuro.
Vem, soltando a sua voz branda recitando a sua poesia
E a cada estrófe que nela contenha o perfume de cada flor.
E eu me sentirei inebriado com os aromas a cada verso declamado.
E quando a brisa trouxer sua essência e tocar meu coração.
Saberei que és única como a camurça da pétala que te reveste.
Quão doce e úmida é o desabrochar de uma flor madura.
Vem, toque meu corpo e ensina-me à alquimia dos magos.
E dessa química de suores destilaremos a pureza de amar.
Encontrar-te-ei nas entre linhas dos teus versos.
Com o brilho do sol refletindo o seu semblante.
A sua inspiração me fará seguir avante com seu olhar esperançoso.
E em sua companhia saberei chorar todas as lágrimas contidas.
Dá-me a sua mão e ensina-me a voar e voar até às alturas.
Quando na altitude de cruzeiro, mostra-me a liberdade para amar.
Tocaremos as nuvens umidecendo nossas faces e nossas auras.
Voaremos livres pelos corredores de vento em silêncio.
E a cada mudança de atitude consciente, estarei caindo e caindo.
E poderei repousar a minha cabeça em seu ombro solidário.
Um cavaleiro sem batalhas, despojado de armadura e lança.
Sem medo de curvar-se, rendendo-se ao toque singelo de um amor.
Saberei ouvir que não sou hoje mais egoísta do que fui no passado.
Que nessa empírica viajem a esperança semeou em campo fértil.
Para colher a transformação de todo o universo de mim mesmo.
Caminhemos não importa para onde.
Estaremos juntos simplesmente.
Pela via onde nossos corações celebrem o amor.
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