domingo, 21 de março de 2010
Aos pés da montanha
Como é longa e curta essa estrada
Morrendo aos pés da montanha
Plena de nuances, curvas e obstáculos
Vida de viver com vontade tamanha
Alguns param sem uns poucos passos
Ao longo desse caminho que todos começam
O caminho do meio para outros lassos
Há os que a dor de uma saudade carregam
Aos magos que revelam a realidade
Viver será sempre a maior magia da vida
Ainda uns poucos convivem com a verdade
Há outros tantos que a rodeiam com amurada
A estrada segue o próprio destino
Margeada pelo verdejante campo
Por vezes rasteira sem descortino
Entretantos maturando no seu devido tempo
Pelo corpo os ventos cortantes
Os pés sobre o solo árido
Entre tantos passantes
Caminhas sozinho sem alarido
No vespertino despertar da noite
Dentre as estrelas o silêncio
A solidão entre as mãos em açoite
Aos pés da montanha o prenúncio
No final da longa estrada do ter
Para cada ser um ventre materno
No tempo de pensar em ser
Galgar a montanha rumo ao eterno
sexta-feira, 5 de março de 2010
Lágrimas
Lágrimas que escorrem no rosto
Como cristais...
Como ais...
Tem gosto de sal
Transparece o lado oposto
Deixando ver o bem e o mal
Tão cristalinas em maremoto
Aos milhares refletindo o arco-iris
Na beira do cais...
Recordações demais...
Comovidas por estarem vestidas de roto
Outras envenenadas de intenções vis
Lágrimas que encontram lágrimas
Muito além do mais...
Jamais, jamais...
Outras chorando pelo desencontro
Algumas sorriem de si mesmas
N'outro tempo triste no espectro
Lágrimas como o sal da terra
Lembranças pessoais...
Navegas arrais...
Temperadas pelo o sal do corpo
No oceano de lágrimas de guerra
Lacrimejando na hora do escopo
Dos santos olhos goteja o sangue
A rubra flor-de-lis...
Róseas ou azuis dos miosótis...
Da persistente face da miséria humana
O ciclo de vida se perdendo no mangue
A gana do ter rompendo a membrana
A noite encobre o dia de breu
Sopro de amarilis...
Nós, comum de dois...
Tuas lágrimas reluzem no céu
Sentindo as estrelas em camafeu
Tão presentes com teu corpo em apogeu
Sentir o doce sabor da lágrima
No oásis...
Na luz da íris...
Num pranto sufocado de desejo
Chorando essa vontade desestima
(Bordejo com as estrelas caidas pelas ruas)
Um nome na fria noite rumorejo
terça-feira, 2 de março de 2010
O caminho
A luz do dia cede
Em metamorfose perfeita
Renascendo em noite
Trazendo a sede na boca
Na garganta a voz rouca
No desejo, o amor imperfeito
Vislumbrando o céu
Anoitecendo a alma
No silêncio das estrelas
Um coração pulsando
No caminho do infinito
segunda-feira, 1 de março de 2010
O tempo de viver
Corre o suor pela fronte
As mãos transpirando gélidas
Sobre a corda tão bambas
Sob os olhares do mundo pronto
Veste a pele transformada
Numa armadura de vitórias
Nos olhos delineando as cores
O rubro salientando os lábios
Na boca desabrochando o riso
Ocultas sob a face da beleza
A face oculta do medo
Os medos ocultos na mesma face
Na tua imagem no espelho
Vestindo delineando o corpo
Os pés equilíbrando em saltos
Tão plena de lembranças
Emoções e desejos apegada
Antigas emoções latentes
A bolsa plena de lembranças
Necessaires e afetivas recordações
Analgésicos para amores passados
Deslizas por iguais caminhos
De um dia para o outro
Indispostas em perder o passado
Gravando as mensagens no fim do dia
Saudando fielmente o ano velho
Caminhas lentamente pela vida
Com os olhos fixos no retrovisor
No passado sem despedida
Estática no tempo do medo
No futuro há somente o passado
No presente apenas um corpo
E a ilusão de viver a vida
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