quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
A vida da poesia
Encontre uma inspiração em silêncio
Mesmo que o cansaço na beira da estrada
Quando no sol arder a pele e a alma
E o tempo seguir tuas palavras escritas
E quando a chuva passar pela vida
E somente o céu e o mar ficarem
Tu, teu sonho, o sol, a chuva e o tempo
Em passaredo passarem sem poesia
Pois a cada página de palavras imóveis
Caladas, silenciosas e inertes
Aguardando indiferentes a tua ordem
Te restarão surdas, caladas e intatas
Repousando entre as capas de um dicionário
No fundo do velho baú empoeirado
Como fincadas nas rochas fartas de limbo
Se escondendo de tua agonia, corpo e vida
Indiferentes as tuas dores, aos teus amores
As tuas jóias raras ou raras de brilhantes e rubis
A poesia continuará esperando, esperando...
Até que todos os esqueletos saiam do teu armário
E no curso insone da noite enluarada
Amanheças fria e coberta de úmida neblina
Todas as palavras estarão gotejadas em tua retina
Com o teu olhar descobrindo a eleita entre as mil faces
Neste convívio despertas após árdua caminhada
Que as palavras correm no rio de labirintos em tuas veias
E a poesia estará diante dos teus olhos como desejas
Como deseja a poesia em ter reconhecida a própria vida
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