segunda-feira, 24 de dezembro de 2012
Boas Festas Solidariedade
【LIVE 2002】 川井郁子 - Last Tango In Paris
O eterno ciclo dos oprimidos e dos opressores
O engodo milagreiro da luz contra as trevas
Inexistem raças superiores ou inferiores
Nada os detém a igualar-se ao todo involuído
Batalhas contínuas de um destruindo o outro
Criando uma outra antagônica natureza
Para que uns sejam ricos cria-se a pobreza
Numa balança humanamente irreconciliável
A globalização pariu do útero rachada
Conflitante para o contínuo jogo desleal
No velho receituário dos capitalistas x comunistas
Sem medicação capaz de socializar a felicidade
Nos forjamos unidimencionais em belas ou feras
Num caminho convergente para o bem ou mal
Somos pares antitéticos que nos rotulam
Destruindo um ao outro no mundo que nos devora
Dos pseudo benevolentes a repulsiva caridade
A humilhação para os pobres e os desiguais
A humanidade não necessita de desigualdade
Há que ter acima do humano a solidariedade
domingo, 23 de dezembro de 2012
O dia em que o mundo acabou
Paco de Lucia & Al di Meola & John Maclaughlin - Manhã de Carnaval
A noite persegue suspeita intranquila
Albergues transbordando aos poucos
Alguns acabrunhados com a fila
Outros, nas calçadas, clamando roucos
O mundo de arredondadas pessoas rodava
No olhar indiferente nas mesas decoradas
O vazio inane da fome não reclamava
A outra metade lastimava o sabor da comida
A alegria ainda em trégua comemorava
Nos segundos calados das armas o alívio
No bloqueio das barreiras a dor se angustiava
As nações engolfando os reles sobreviventes
As torres religiosas acusavam aos céus
Numa oração concêntrica e enigmática
A paz está contigo, mas não está conosco
Secando os olhos mundanos nos mausoléus
No contra-senso de corpos deitados ao chão
Das heresias, blasfêmias, disparates e abusos
No paraíso as crianças crivadas de balas brincarão
Na cruz com as mãos pregadas por estilhaços
Sob o capuz as coroas cavadas de mais poder
Não há duelos de paz entre os nobres purificados
Dogmas indecentes de chagas e carnifazer
Comovem-se na auto-sangria dos abcessos
Ostentam as jóias raras da indulgência
No eterno espelhar dos semelhantes
Perpetuando a exiguidade sem clemência
Esquecemos na cordura de ser nós mesmos
Criação de heróis, mitos, deuses e símbolos
Inventando armas sobre os porões de pólvora
Blindamos o corpo contra o ser humano
Criamos a eterna ira insaciável dos frívolos
Inventamos heróis como criamos a fome
Recompensar com troféus e a infinita justiça
Manipulamos para a desigualdade social
Soberanos adornos de animais no cognome
Num suspiro em 3 segundos uma vida se esvai
Desdenhando o jejum involuntário da pobreza
Subornando com o indulto para os pecadores
Viver o rico que não dá esmolas à avareza
Peregrinação causal de todos os sulforetos
Na fé cega da escura cruzada contra o terror
Reflorestando o cerne do imaginário
Colorindo oceanos com plenos dejetos
As mãos guardam sementes da sobrevivência
Guerras santas insistem lutando por territórios
Armas criando as guerras silenciosas pela água
Mentes adormecidas inaptas de coexistência
Extinguiu-se a simbologia maniqueísta
Findou-se o bem, findou-se o mal
Somente o medo em recriar do antropoteísta
Aos desavisados. O mundo acabou há tempos!
sábado, 8 de dezembro de 2012
O abraço ausente
川井郁子 Ikuko Kawai ヴォカリーズ Vocalise[嵐が丘.Live.Concert.Tour.2005]
De repente distraiu-se a lucidez
Os braços envolveram as tuas costas
Na pele dos ombros os lábios roçaram
Pelo pescoço afagaram sorrateiros
Entregando-se no perfume dos cabelos
Deslizando as mãos se aleitaram
Intencionadas na maciez dos seios
Buscaram nutrir na clareza do instinto
Tuas pálpebras rendidas à escuridão
No profundo poço dos teus desejos
Deslocou-se o movimento do ar
Na tua respiração descompassada
O arrepio percorreu o teu corpo
No coração um incontrolável batimento
Na insaciável sede de se somar
Dois corpos para se tornarem n'um
Saciando na água cristalina e fresca
Abrandar a secura mais louca e intensa
No tempo explícito o obsceno cortejo
Transbordando-a incontida no amar afoita
Derramar-se aos braços da entrega
Render-se ao mais infinito abandono
Puramente, com a mente, inteiramente
Confiante na queda livre das sensações
De repente, no quebrantar do condão
Abandonas o feitiço cessando a luz
Fragmentas os sonhos c'o a tez abatida
Despertando-se nos braços ausentes
Sei que sabes o quanto despertas
A tua realidade reclama, te clama
Não tenhas remorso se morro
Sabes que ambos morremos no sonho
E no insistente alento de esperança
Nem tudo é como o coração deseja
Mas, indubitavelmente, o amor será
O amor será como ele quer que seja
Mãos da terra
川井郁子 Ikuko Kawai - Cobalt Moon
Moldas a terra em curvas
Semeia as minhas vontades
Alimentas as minhas raízes
Sustenta-me de seiva e fortalece
Ensina-me a dobrar nas ventanias
Se reconhece na minha natureza
Da terra sou feito a cada grão de argila
Sou a terra que se transforma e humaniza
Mãos da terra se cavam
Cavam mãos que se "argilizam"
Na terra que me molda
Na terra que me fertiliza
Nela vivo e estou habitante
Sou de cada poro o sal da terra
Terra, materna natureza de tudo
D'onde germino e tudo germina
Recebes em seu colo materno
Cobres em meu leito de morte
Sois cova da reles nobreza humana
És onde finaliza o ciclo e termina
O ciclo perfeito do fim
Do principio de todos nós
A brevidade que a vida sopra
A vida num sopro de terra
D'onde me deito em repouso
Por vastos campos floridos
Paisagens infindas de milharal
Dos imensos castelos efêmeros
Minha impermanência perfeita
O tempo passa, passa menos tu
Na argila moldo o teu corpo de mulher
Acolhe-me, cobrindo-nos de terra
A palavra é você
川井郁子 -Ikuko Kawai - Adagio-Margarita Concerto
Palavra de você
Você derivada no tempo
Perdendo as sílabas
Sem abrir mão da essência
Antônima do meu eu
Que tardo no frio como um agasalho
Indigestando-me das palavras
Que na ânsia de você suprimi
Por você redimi meus versos
Para torná-los ao teu tamanho
Palavra de você
Que não mudarias teu amor temporal
Mudando de vestes no mesmo verbete
Na minha língua que te fala
Na boca breve que te balbucia
Você que te reduzo ao termo
Teimo em não te esquecer
Por amor me reduzo como você
quarta-feira, 28 de novembro de 2012
Frutos da Pedra
川井郁子 Ikuko Kawai 死ぬほど爱して Sinno Me Merro[嵐が丘.Live.Concert.Tour.2005]
Pessoas de ruas vazias
Cheias de fartos silêncios
Andam nuas de sentimento
Vidas de corpos do avesso
Sangram-se em desamores
Horizontes poentes sem sol
Flores isentas de cores
Frutos de sementes estéreis
Pétalas perpétuas de adeus
Trevo de quatro expurgos
Mordes, mastigas, salivas,
Um paladar sem tentação
Paixões ausentes de sabor
Nem o doce, nem o azedo
Nem o adstringente egoísmo
Só o vermelho de carne morta
O caminho de volta sem raíz
O chão repleto de vidas caídas
Pessoas ávidas de si e de lua
Selvagens violetas desnudas
Mergulham no rio de trevas
Como borboletas sem asas
Flutuam no escuro imune
Pessoas e imagens sem reflexo
Vagalumes dependentes invisíveis
No refluxo retrocesso das luzes
Se apagam, se partem, se varem
Entorpecendo as almas
A vida tem a droga
Intoxicando suas vidas
A vida é uma droga
Envenenando seus corações
segunda-feira, 26 de novembro de 2012
Ascendendo Estrelas
Paco de Lucía Concierto Aranjuez - Adagio
Se Jogo as boas pedras ao céu
Se fossem ressoar em círculos
Como cidades rodeando pessoas
No azul ricocheteando estrelas
Memórias cheias de escuro
Das festas de cruz nas ave marias
Invento as frestas nos feixes de luz
Nas penas das aves marinhas
O gelo dos cumes brancos
Confundindo as nuvens
No contorno dos seios
Derretendo o sal na pele
A sede molhando a água
Na saudade poente que deságua
No fogo que arde na boca
Do beijo ausente que roubastes
Tinha o cheiro da maresia
O barulho ausente das ruas e vielas
O coração enchendo as crateras
Vestia de nua, como a noite veste a lua
Despida do desejo de ser só tua
No vasto campo azul pisando nuvens
Um sol brilha partido em duas faces
Entre os olhares das bocas em silêncio
Pálidas visões do carente futuro
A seiva bruta do tronco sem raízes
Os frutos sobem ao chão de nuvens
Deixando o gosto infinito do amargo
Aquece o sol iluminando dia
Sublimando amores ao léu
Dois corpos atrás do véu
Semblantes no imaginário
Colhendo as dores da noite
Na infinita escuridão dos desejos
Nas onduladas nuvens marejadas
Só, escolho as pedras de fazer estrelas
sexta-feira, 23 de novembro de 2012
Destratados das Tordesilhas
INSENSATEZ (Tom Jobim & Vinicius de Moraes) Pedro Aznar e cecilia echenique
Em majestosos versos em turba lírica
Faz das palavras os teus malabares
Do erudito para a pseudo-sapiência
Saciando a ira dos seus verbetes
Inculta e bela é a flor do lácio
Semi-nua de jóias raras e soberba inútil
Nos brocados não lhe fazem o brilho
Mas na simplicidade inata faz-se bela
Correntes feudais do imaginário
Esporões metálicos de sua nobreza
Nos amplos salões da supremacia
Com as mãos vestidas de cortesia
Do alto das torres contemplas o ego
Nos bailes de máscaras se faz pessoa
Na pobreza alheia se faz riqueza
Encontre a plebe ao saires pelos fundos
Tecem estratégias na escuridão
Planos de guerra e de possessão
Somam alianças com almas perdidas
Na iniquidade mediana da ignorância
Santa irmandade nos feixes filosóficos
Ranço feudal no contemporâneo
Sorvedores de energia dos vassalos
Buscam n'outros olhos igual preconceito
Não se sabem reinantes nesse castelo
São relés transeuntes entre os alicerces
São pobres mortais na própria realeza
Pelos salões e platéias são só passantes
Inculta dos berços romanos
Restará em sua magnitude
(Protetora materna dos humildes!)
Inculta e bela é a flor do lácio
Todo resto são passantes
Venho com salvas de despedida,
Solicitar a exclusão de perfil
http://www.luso-poemas.net/userinfo.php?uid=15933
Para tornar-me inteiro
川井郁子 Ikuko Kawai [嵐が丘.Live.Concert.Tour.2005] 4. The Way We Were 追忆
Oh! Amores estáticos no vento
Na ilusória vida mundana
Esvais teu sangue em chafariz de flores
Gotejando sobre todos passantes
Se a sobrevivência me persegue
Feito um papiro afoito pela caneta
Preciso urgente da tinta envenenada
Para nesses versos me tornar peçonha
As repousei nas folhas
Deitadas nas entrelinhas
Mas para que tantas poesias
Se há tão poucos loucos?
Sábias estórias que não contei
Como as que encontrei no vento
Voavam soltas, sem nome
Sem corpo, sem destino
Se escrevo em meias palavras
Para tornar-me inteiro
Não sou metade, nem sou meio
Sou um veneno rarefeito
E nas palavras roucas de clamar
O bálsamo perdido de amar
Findou-se o bem e o mal
Restou-me a dúvida de ser
Esse imenso deserto de saudades
Recordações se movem feito dumas
Criando miragens de outros tempos
No horizonte dos meus sonhos
Como um sol marcando as horas
A mão nos ponteiros do tempo
Escrevo nas folhas o meu caos
Restar-me inteiro na eterna poesia
Dissabores do desencantamento
Heitor Villa-Lobos - Melodia Sentimental
Tropecei no encanto
Falei com o sapo:
-O que há de melhor em mim?
Disse-me ele com espanto:
-Tem muito mais sabor nos insetos
que na tragédia humana.
Depois que morro, todos os insetos me saboream
Digo então:
-Tens razão!
É que estou cansado de ser humano
sábado, 17 de novembro de 2012
Eternos versos
.Pedido perfeito
Pedido como criança
Uma máquina do tempo
Brincando de zigue-zaguear
Te tornarias eterna
Um sol marcando as horas
Nos ponteiros do relógio
Feito folhas o tempo cai
Se esvais em chafariz de flores
Gotejando sobre os passantes
Nos amores estáticos do vento
Tanto na vida quanto mundana
Se a sobrevivência persegue
Um papiro afoito pela caneta
Num preciso veneno
Para tornar peçonha
Sábias estórias de não contar
Como as encontras no vento
Para que muitos poemas
Se há tão poucos loucos?
Se escreves em meias palavras
Para tornar-se inteira
Não és metade, nem és meio
És rarefeita
Vem ler-te para tornar pessoa
À toa, a-toa furtando versos
Vivente numa canoa
Na proa vagas do tempo
Ah, essa alquimia
Reconhecidas no piscar do vento
Entre substâncias raras
Na mistura das essências
Substâncias de encantamento
Decantas no exato momento
Do nascer do terceiro elemento
Num simplório amor em versos
Você pode tocar o céu?
川井郁子 Ikuko Kawai [嵐が丘.Live.Concert.Tour.2005] Scarlet Letter
É preciso reaprender a ser feliz
Esquecer de ser adulto
Nesse olhar de velho
De sentir-se obtuso
A resmungar-se ao tempo
É preciso reaprender a ser feliz
A brincar de ser caduco
Esquecer a dor das juntas
E juntas as mãos irmanadas
Espalmando a água da chuva
É preciso reaprender a ser feliz
Gargalhar aos céus pelo avesso
Nas espontâneas peraltices
No reinventar da vida
Reinventando-se para ser feliz
É preciso reaprender a ser feliz
Reaprender a inocência da criança
A compaixão no olhar das orações
Com os pés descalços das alamedas
Recriar um coração alado alçando voo
domingo, 4 de novembro de 2012
Folhas em outubro
Dohnányi Orchestra Budafok - Conductor: Istvan Sillo
Violin: Katica Illenyi, Ferenc Illenyi, Csaba Illenyi
Cello: Aniko Illenyi - Libertango A.Piazzolla
Perdoas a lágrima que insiste
Em transbordar aos olhos
Essa vontade em viver
Morrendo num grande amor
Teus pés em folhas soltas
Tapete mágico aos retalhos
Mãos dadas em outono
No olhar aéreo sobre a grama
Ressoa em fina névoa
O horizonte sobre o tempo
Vagas triste nos meus sonhos
Sem nome para o teu rosto
Ausente corpo sem formas
Apalpo no silêncio do vento
Meu profundo universo
A tua idéia que me basta
A ausência tua reconheço
Mas no próprio amor resisto
O teu olhar deserto de saudades
Da pele o teor das alquimias
Das folhas sem verdes cores
Voam soltas sem nome
Sem corpo, sem destino
No abismo do meu sonho
Perdoas a gota que sangra
Teu coração sem existência
No obscuro silêncio da dor
Reconstruo-te com a ausência
segunda-feira, 15 de outubro de 2012
Falando no amor - Para você
Nas delicadas linhas do rosto o sorriso.
Ao longe respira esse olhar aéreo.
Sensualmente leve seu andar flutua.
Numa circunspecção pensante no ar.
Seu coração distraidamente em riso.
Num sentimento delicadamente etéreo.
Ante ao amor transparecendo nua.
Espontaneamente doce de amar.
Por tantos momentos no umbral a espreita.
Muitas das horas em companhia da lua.
Da inquietude das mãos anciosas.
Desejosa cantiga na escuridão ecoa.
Desperta nos sonhos e das razões refeita.
Refez-se de amiga a amante cativamente sua.
Esperançou-se em luz das emoções receosas.
Indescritíveis poesias em sonhos delirantes voa.
Na transparente mutualidade dos desejos.
Do desejo de amar, a outra metade.
Da suave escuridão, as estrelas.
Dos braços do mar, a areia.
Das bocas, a outra metade do beijo.
Da sensibilidade das partes, a harmonia do todo.
Falando no amor verdadeiro.
A outra metade da verdade de amar.
domingo, 7 de outubro de 2012
Absoluta ausência
Daniel Piazzolla & Escalandrum - Romance del diablo - Bridgestone Music Festival 2010
O espanto escancarou as janelas
Pelas frestas o vento insiste
A dor sangra solitária pela casa
No ar apenas o perfume resiste
A toalha sob as flores murchas do vaso
O silêncio resmunga pelos cantos
Na gaveta os talheres mudos aguardam
Reclamam as mãos que inexistem aos prantos
Sobre a cama dos lençóis desfeitos
As marcas definem as outras chamas
Ausentes desejos que agora ferem
Os corpos ardentes que ora clamas
O óbvio espairece no esquecimento
Os sóis giravam nos olhos brilhantes
A paixão intempestiva de amar
No exato lapidar dos diamantes
Na tentativa evaíste ao tempo
A ternura transbordando carícias
À sombra dos teus ternos sorrisos
Misteriosos véus das minhas angústias
Acalentos gestos de promessas
No doce sabor das bocas
A velha canção nos ouvidos
Cálidas mãos das noites loucas
O olhar na extática aurora
Desnuda o que sangra o corte
À fatalidade do desassossego
A sina do adeus encontra a morte
Perdoas o amar de repente
Quieta deixas uma doce lembrança
Pairado no ar o teu perfume ausente
No adeus o mistério da tua esperança
terça-feira, 2 de outubro de 2012
Absoluto amor
Wurttembergisches Kammerorchester Heilbronn - A Piazzolla - Las estaciones -Otono porteno
Violín Arabella Steinbacher
Quiserá amar-te
Como a marte fosse
Numa imensa sinfonia
Escalada num raio de sol
Quiserá umbrar-te
Como a um sagrado portal
Passar-me enfim por fim
Da paixão ao eterno paraíso
Quiserá sair-me
Das regiões sombrias
Como um dever sagrado
Assimilar a tua dor
Quiserá seguir-te
Girando a terra
Por noites de chuva
Por dias de frio ou calor
Quiserá beber-te
O sereno da soleira
Gotejado nas folhas
Cativas do teu jardim
Quiserá espalhar-me
Por regiões sombrias
Seguindo a tua luz
No transitório ser
Quiserá aportar-me
Levantar-me da umbreira
Por teu sofrer urbano
Enxugando-te o rosto
Quiserá olhar-te
A alma encimesmada
Das sensações subjetivas
Entregar-te o absoluto amor
domingo, 23 de setembro de 2012
Todas as poesias
Despe o poema a sua roupa poética
Nas estrófes cantando as suas curvas
Nas rimas plageando os seus ais
Rubros lábios do sabor das uvas
Versos invejosos no brilho dos cabelos
São rabiolas negras balançando no ar
O encanto mágico das crianças
O sedutor encantamento de amar
Suaves traços na sua pele branca
Na transparente luz prateada a lua
Tuas mãos recolhem as estrelas
Sobre teu colo, brincas, seminua
Pela branca renda descortina
A tua sombra de mistérios
Frases entre as linhas do coração
Dos teus segredos mais sérios
Sedutoras fragâncias da pele
Inúteis palavras vem decifrá-la
Vão ao encontro das mãos
O suave desejo de recitá-la
Estrófes se avolumam em rimas
Rimas pobres, frágeis, ambiciosas
Sobreviventes da angústia embelezada
Imaginárias fronteiras fantasiosas
Verbete algum definirá teu corpo
Enganosas coletânias em louvor
Somente um gesto teu singelo
Quando no teu silêncio doas o amor
domingo, 16 de setembro de 2012
Oblivion - Astor Piazzolla
Arabella Steinbacher-Violin-Orquestra Wurttembergisches Kammerorchester Heilbronn
Un homenaje a dos grandes.
LOS PAJAROS PERDIDOS
O. Frejo e Astor Piazzolla
Amo a los pájaros perdidos
que vuelan desde el más alla
a confundirse con un cielo
que nunca más podre recuperar
vuelven de nuevo los recuerdos
las horas jovenes que di
y desde el mar llega un fantasma
hecho de cosas que ame y perdi
todo fue un sueño
un sueño que perdimos
como perdimos
los pajaros y el mar
un sueño breve y antiguo
como el tiempo
que los espejos no pueden reflejar
después busque
perderte en tantas otras
y aquella otra y todas eras vos
al fin logre reconocer
cuando un adiós es un adios
la soledad me devoro y fuimos dos
vuelven los pájaros nocturnos
que vuelan ciegos sobre el mar
la noche entera es un espejo
que me devuelve tu soledad
soy solo un pajaro perdido
que vuelve desde el más alla
a confundirse con un cielo
que nunca más podre recuperar
sábado, 8 de setembro de 2012
Essa mulher
No som das folhagens
Nas palavras ressoam
Em cada sílaba o realce
Persiste e cantas
Reencantas amores
Nas tantas escritas
Sentimentos solenes
Perenes consentimentos
Pressentimentos descritos
Alçapões e reveses
Harmonia imperfeita
Dos desamores
Refeita em sorriso
São luzes na íris
Suspensas inspirações
Nas canções d’alma
Nas linhas dos lábios
O sopro na vida
O som, o riso
O sorriso cordial
São nuas poesias
Em folhas descritas
Nãos pairados no ar
Num suave voltar
Às suas raízes
quinta-feira, 2 de agosto de 2012
Indecifrável Saudade
Apagar a imagem de alguém
Aquém perdida no tempo
Desaparecer do eu parado no vento
Do amor que ficou sem ar
Esquecer a alma do corpo inerte
Fechando o sorriso acanhado
Colorir a tua pele esmaecida
Levantando-te dessa pedra fria
Anestesiar a dor da ausência
Festejando essa mágoa solitatis*
Quebrar os ponteiros do relógio
Inventando a máquina do tempo
Misturar todos os sentimentos
Sendo o teu “achados e perdidos”
Recolher na trena todas as distâncias
Cobrindo com pontes todos os oceanos
Doar-te meu coração e transplantar-me o teu
Habitando-te em momentos infindos
Eternizando-me em teu corpo fatum*
Ser o teu porto seguro da nostalgia
Queimar todas as iguarias e temperos
Rasgando todas as tuas receitas
Tornar-me adstringente no amargo, no azedo
Jejuando-me de todas as tuas guloseimas
Inexistir o perto, o longe e o ausente
Segurando no dique todas as correntezas
Paralizar as órbitas dos planetas
Iluminando todos os meus subterrâneos
Conviver com todas as secas
Aterrando os olhos d'água
Salgar permanente todas as represas
Estimulando a sede na insalubridade
Exaurir o sentimento de poder
Enaltecendo o feio e o horroroso
No fracassado duelo com a soedade*
Declinando o teu sopro de vida
Abnegar-me de toda coragem
Tornando-me refém nessa batalha infinda
Num sentimento de diferentes vestes
Ora tecido de soidade*, ora de suidade*
Torpeçar na solitude cega no terreno
Abandonando a mais difícil tradução
Denunciando na incontrolável poética
O indecifrável desejo de “matar a saudade”
No armário de roupas restou teu perfume
Num vestido colorido de pequenas flores
Abraçando uma jaqueta anil desbotada
As diferentes cores ora tecidos pela saudade
(NA)* Saudade na forma arcaica: "soedade, soidade e suidade"
*Do latim solitatis* solidão, fatum* fado
quinta-feira, 26 de julho de 2012
Sonata ao silêncio
Da semente ecoa a madeira
Da seiva bruta à vibração das cordas
No passar dos arcos
As notas agudas do coração
Os violinos ressoam no ar
Sobre o mar em onduladas vagas
Vagas acústicas em outras cordas
Transformando-as em palavras
Os olhos cerram no fechar d'alma
Palpitam os sons graves e agudos
Numa inspirada harmonia
Gotas a lacrimejar acalma
Desenfreada a paixão cresce
Nos intensos sons da agonia
O que pela mão vem escreves
Nascendo na música a poesia
Imprescindível
O que pulsa no coração
Corre pelas veias
Transborda em lágrimas
Umedecendo a terra
A quatro mãos
Celebrando o amor
Construindo à paz
Perpetuando à vida
Rumo à eternidade
Imprescindível
A arte de viver
A vida com arte
terça-feira, 10 de julho de 2012
http://desescrupulada.blogspot.com.br/?zx=ba150ab4bf359f2b
Gidon Kremer "Oblivion " de Astor Piazzolla.
Marinas nocturnas
diques en perpectivas infinitas
paisajes oníricos
siluetas enigmáticas perdidas en el vacío y, aunque no se vean,
aguas negras, el viento y la no luz del mar de tu norte
que se filtran hasta en tus inquietantes pupilas.
bolsillos llenos de reveses de espejos.
latidos que incineran. sangre tumultuosa.
caliente. tibio. frío.
un calidoscopio de luciérnagas.
un autorretrato del quebranto.
la caricia pálida y un abrazo seco.
tanta tristeza para decir tan poco
ni una ópera prima le es permitida.
sólo la oscuridad a la que fue sentenciada.
un telón negro de satin sin brillo
un envenenador de ángeles.
Barnabás.
dos susurros en desencuentro.
y las ganas de desnudarse...
(Melaína Kholé)
terça-feira, 26 de junho de 2012
Histórias de uma hiena: De novo
Histórias de uma hiena: De novo:
Mais uma vez me deparo com o texto que escrevi em 1991, um belo texto, modéstia à parte, porém com a autoria atribuída ao grande Mario Qui...
Mais uma vez me deparo com o texto que escrevi em 1991, um belo texto, modéstia à parte, porém com a autoria atribuída ao grande Mario Qui...
terça-feira, 15 de maio de 2012
A tua presença
Poemas de amor - Luso-Poemas
Caindo a folha suave pelo vento
Como se acenando dissesse adeus
Num desatino segundo em mim desperta
Que os momentos passados já não são meus
Que a saudade que desenha sobre a água
Os finos traços do teu meigo rosto
Num leve ondular do espelho ao meu gosto
De a expressão da esperança do teu sorriso
Mas o vento da solidão nas minhas horas
Num frêmito nos teus cabelos realçados
Entre fios negros reluzindo estrelas
Declinando as pálpebras como se oras
Que assim o seja teu aroma no ar
Numa melodia de acordes aflautados
Todas as cores brandas das aquarelas
Num sinal da cruz a nos abençoar
Esquecido sou nas horas do tempo
Que um trevo nas páginas do livro
Separou as vidas entre os capítulos
E a cada recomeço num contratempo
Escritos na linha da vida e da morte
A dupla linha na palma das nossas mãos
Como a imutável órbita do sol e da lua
O destino e os amores à mercê da sorte
Alvorecer-me-ia em múltiplos pseudônimos
Amando-te nas múltiplas mulheres diferentes
Nas noites sem luar e em cada novo amanhecer
Despertando-te arejada e sem termos
Mas olhando teu retrato imóvel, sem desnível
Transborda-me que preciso da lembrança
Para saber-te muitas, orvalhada e imprevisível
Obscureço a tua imagem para sentir tua presença
Caindo a folha suave pelo vento
Como se acenando dissesse adeus
Num desatino segundo em mim desperta
Que os momentos passados já não são meus
Que a saudade que desenha sobre a água
Os finos traços do teu meigo rosto
Num leve ondular do espelho ao meu gosto
De a expressão da esperança do teu sorriso
Mas o vento da solidão nas minhas horas
Num frêmito nos teus cabelos realçados
Entre fios negros reluzindo estrelas
Declinando as pálpebras como se oras
Que assim o seja teu aroma no ar
Numa melodia de acordes aflautados
Todas as cores brandas das aquarelas
Num sinal da cruz a nos abençoar
Esquecido sou nas horas do tempo
Que um trevo nas páginas do livro
Separou as vidas entre os capítulos
E a cada recomeço num contratempo
Escritos na linha da vida e da morte
A dupla linha na palma das nossas mãos
Como a imutável órbita do sol e da lua
O destino e os amores à mercê da sorte
Alvorecer-me-ia em múltiplos pseudônimos
Amando-te nas múltiplas mulheres diferentes
Nas noites sem luar e em cada novo amanhecer
Despertando-te arejada e sem termos
Mas olhando teu retrato imóvel, sem desnível
Transborda-me que preciso da lembrança
Para saber-te muitas, orvalhada e imprevisível
Obscureço a tua imagem para sentir tua presença
sábado, 5 de maio de 2012
sexta-feira, 13 de abril de 2012
O Beijo de Fazer Amor
A amada,
Silenciosamente,
Caminha núa pela casa.
São formas róseas.
São curvilíneas pelo corpo.
Tão entregues aos suspiros.
Essa deusa,
Suavemente,
Sob os cabelos soltos, uma asa.
Pairando sobre as nuvens.
Os lábios na boca vermelha.
O gosto de pele e de caos.
Assim desejada,
Sensualmente,
Amada entre suores e beijos.
Entregue aos suspiros se esvai.
Por entre os pelos e os odores.
Numa anatomia perfeita para amar.
Tal dançarina,
Compassadamente,
Num balé amoroso.
Dos corpos invertidos num mesmo desejo.
Dos olhos nos olhos de êxtase.
Nas pernas trançadas.
Tão apaixonada,
Eternamente,
Entregando-se nas bocas molhadas.
Doa-se num beijo.
O beijo de fazer amor.
Cód texto:T1689335
Copyright 2009