Lisa Ekdahl - Blame it on my youth [Jamie Cullum]
LISA EKDAHL
look to your own heart
~,~,~
Arte e solidão
New York Movie, 1939 by Edward Hopper
A solidão é um tema forte na sua vasta obra.
http://www.edwardhopper.net/newyork-movie.jsp#prettyPhoto
http://www.edwardhopper.net/
~.~.~
nas mil folhas do meu imaginário
diga-me qualquer coisa
o meu querer é a tua voz rouca
a que te desperto no meu invento
nos sussurros que te faz indecifrável
sejas, ainda que eu não saiba, o meu mistério
apenas para que eu saiba
para que eu ainda saiba
o quanto ainda tu me queres
possa ouvir no teu leve respirar
o silêncio que revela no meu olhar
onde no teu corpo em que invento
tudo em tua volta se adormece
faça nascer o teu corpo secreto
porque nele tudo me renasce
nas tuas sonolentas carícias
como te furtasse, eu me entrego
sorrateiramente te construo
na liberdade dos lábios amantes
o instante no meu coração ainda pulsa
na tua primeira nudez em meu peito
e com o desejo inquieto
procuro na distância do teu repouso
percorro os beijos mudos sobre a tua pele
e estremeço ao te esculpir com as mãos
ah! minha desamparada alma
se embriaga no teu voo da pluma
no sabor que alimenta o meu desejo
nos lábios em que te doas embebida
não quero a morte, não quero nada
somente respirar-te à exaustão
encontrar-me nos lábios do teu ventre
e ser tudo que te leve ao breve instante
sou de tudo nos limites do teu corpo
no entrelaçar teus dedos em meus cabelos
no comprimir meu beijo entre tuas ancas
tu és o que me faz renascer das cinzas
por isso te toco e me faço súbito
no impossível esquecer o teu ardor
gravastes na memória o teu gozo
no infinito sopro do meu tempo
por isso te conspiro e me exausto
nos teus gestos que me embriagam
eu te escuto no ar que se desprende
na última gota que recolhes no suspiro
em mim desvendas os segredos da tua carne
sou o humilde desejo que beija os teus pés
és, em teu corpo, quem me recebe por inteiro
pouso em teu peito o nascer como quem ama
e colorimos no céu o sentido das cores
nasce em ti o poente entre os teus seios
para que eu seja o teu desejo de noite
quando se molhas na transparência da água
sei do agora porque te criei em tantas palavras
não era simplesmente por uma noite de insônia
eram as lágrimas que vertiam do teu olhar
reveladas pela tua face no instante do gozo
elas ainda molham as mil folhas do meu imaginário
as mil folhas do meu imaginário
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