quarta-feira, 11 de março de 2015

O amor eternizado


Osvaldo Lenine Macedo Pimentel, conhecido apenas como Lenine, (Recife, 2 de fevereiro de 1959) é um cantor, compositor, arranjador e músico brasileiro. Ocupa a cadeira 38 como acadêmico correspondente da Academia Pernambucana de Letras.
Lenine ganhou dois prêmios Grammy Latino: um pelo “Melhor Álbum Pop Contemporâneo” com seu álbum "Falange Canibal"; e outro em 2009 na categoria melhor canção brasileira com a música "Martelo Bigorna".
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http://www.lenine.com.br/
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The Nurture of Bacchus
about 1628, Nicolas Poussin
The National Gallery, Trafalgar Square, London WC2N 5DN
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O amor eternizado

Se te deixo partir para outros lábios
Para que fiques em mim no último beijo
O teu sentimento se vai para outras vidas
Para deixar-te no coração em eterna morada

Se te perco do encontro a paixão [in]concebida
Faço de ti a profecia no monge silencioso
O eterno que medita no teu olhar infindável
No teu peito toca ao longe a minha triste sina

Se me faço chuva em queda suicida
Nada peço molhando os teus cabelos
Na pele sedento em percorrer teu corpo
Umedecendo a minha secura nos teus lábios

Se te liberto para eternizar a última poesia
Te aporto no ancoradouro das ilhas morenas
Na tua quietude que o vento arrasta
Os pedaços da rasgada folha que escrevo

Se te faço canção para que morras em mim
Com outra face dances até a noite enlouquecida
Girando, girando os corpos até a inveja lasciva
Para que as causas esqueçam os seus mortos

Se te deixo ir como os veleiros silenciosos
Tua face de lua encoste n'outras faces de sol
Te possuirei nas vagas, no voo das aves
Nas lamentações da tua voz ausente

Se te faço fé na escuridão desesperada
Para que sejas a gota na manhã orvalhada
Das terras secas desabrochando em outros leitos
Poderei partir de mim a tua liberdade eternizada

http://www.luso-poemas.net/modules/news/index.php?uid=17088

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