segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Na indiferença do sol somos todos


Canção do mar - Eleni Peta & Panagiotis Margaris[Songwriters: Ferrer Trinidade, Frederico de Brito]

By Eleni Peta & Panagiotis Margaris (featuring Al Di Meola)From the Album "DUENDE" - LYRA 2011 - Vocals: Eleni Peta, Classical guitar: Panagiotis Margaris, Bandoneon: Kostas Raptis, Percussion: Aggelos Polyhronou, Standing Bass: Michalis Kalkanis. Listen to all the tracks of the CD "DUENDE".

"A princesa que nunca sorriu" de Viktor Mikhailovich Vasnetsov  (Виктор Михайлович Васнецов) [Rússia - 15.05.1848 Kirov -23.07.1926 Moscovo] - Artista russo que se especializou na temática da mitologia e em temas historicos. É actualmente considerado uma das figuras chave do movimento revivalista na arte russa. [Simbolismo, Modernismo] http://pt.wikipedia.org/wiki/Viktor_Vasnetsov

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Na indiferença do sol somos todos

Ah! O silêncio que me cala
Nesse eco faz-me o espanto
Neste espelho em que mais não sou
Cada vez sou mais imagem e menos eu

São as mil e uma memórias da lembrança
Lembranças que talvez nem sejam nossas
Para quê saber mais e não saber o que preciso?
Se, eu e o medo, caminhamos no vale das sombras

Para onde vais com meu medo ancestral
De não saber de onde vim, para onde vou
Afinal, porquê este medo de estar aqui?
Fingir-me-ei de morto para a negação da morte

O que farei com as minhas tantas paranoias?
O que farei se sair de casa e não voltar?
O que dirão os tolos da minha coragem?
Será que sou um animal em ruínas?

Ah! Esta nostalgia me faz tão romântico
Revez do silêncio que dorme nos conventos
Talvez seja apenas o desejo de um retorno
Uma escolha utilitária de ter saudades de Deus

Livrar-me da culpa desse pecado envergonhado
Desse olhar que brilha a tristeza da melancolia
Talvez esteja fitando demais o lume da estrela
A chama azul que se contorce numa eterna vela

Abro meus braços entre colunas gregas
E o sol com ciúmes desmorona a lua
Sobre a amada suspirosa na janela gótica
Talvez seja a inveja da minha rápida existência

Soubessem as éguas noturnas e seus cavaleiros
Que a felicidade caminha oculta pela paixão
Coração entre a paixão do ódio e a paixão do amor
Onde mora a morte, a fome, a peste e a violência?

Ah! Este meu mundo, este nosso mundo
Vais as tantas e tanto muda que me confundo
São tantas mudanças e não consigo te entender
Será o fim do mundo ou o fim do meu mundo?

Seja o mundo para o bem, seja para o mal
De ti, meu mundo, de que não me distancio
És mais rápido que a tua própria beleza
Ficarás tal qual, sem a qual, a gente nunca esteve

...Sob o manto da indiferença, o rei está nu e o sol é para todos...  

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