Dindi [Tom Jobim e Aloysio de Oliveira] por Jane Monheit
September 23rd, 2002... It was a particularly beautiful and sultry evening--and, high atop Manhattan, the romance of the legendary Rainbow Room was in all its glory--a truly perfect match for the magnificent voice and presence of Jane Monheit.
Torço o rio até que as gotas corram
Indiferentes, morrem de nada
Só podem estar doentes de rio seco
Como uma doença que dá de olho
Gota de lágrima seca de horizonte
Fica vermelho de tanto fogo de céu
Viver é, antes de tudo, uma morte
Antes de ser pedra, nunca foi água
Era poeira de sola, um pé andando à toa
Perseguia a sombra de maré de peixes
A morte descobriu a água no olho de peixe
Desde então, a morte se descobriu na vida
Essa abelha dorme na flor de aurora
O orvalho está escondido de lua
O amanhecer sofre de ontem
Ninguém quer envelhecer um dia
Tem gente qualquer que afrouxa
A minha roupa de insônia que disse
Uma voz pequena virou mulher
(Tem voz pequena que vira o bicho)
Antes era um vento cheio de curvas
Gostava de ser folha solta dançando
Sofria presa de ponta de galho
Nem cantava de bico de passarinho
Depois do primeiro voo virou asa
Foi a unha encravada que disse
Que a vida dói de quem tropeça
Tem ideia que pousa em cabeça
Parece dois dedos de falatório
Desenha a letra "V" de vencido
Foi ver era caroço de encruzilhada
Bom mesmo é fingir de carroça
Mas só funciona na frente dos bois
Precisa chover muitos grãos de terra
A estrada revira em tapete de nuvem
Se ajeita no balançar de pensamento
Fica um gosto de nada solto de vento
A vida tem um gosto que só o doce sabe
O amargo vive perguntado de azedo
Será que o azul abriu o horizonte?
Se quem é vivo anda dormindo
O sonâmbulo acordado de sonho
O dia amanhece só de anoitecido
O fim do amor começa de eternidade
Teima de sofrer de tudo aguenta
O cupido disse: o tempo sofre de batata quente
Tem amor grande de caber o impossível
No nada cabe sempre duas pessoas
O grande encontro é do tamanho de um fim
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