segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
O próprio amor
Hoje não há estrelas
O ar úmido paira abafado
Nas torres não há sentinelas
Estático, um coração apertado
As luzes cintilando na água
O depois da chuva na rua
O farfalhar de folhas que apazigua
A contínua ausência da lua
Tão somente uma estrela
O guia para um norte
Uma janela sem tramela
No olhar sem rumo ao horizonte
No caminho sem ter para ir
Guardando pedras no ventaval
Um pranto disfarça em sair
Do caule o espinho arestal
O pensamento entre tantas vozes
São presenças que locomovem
Ausentes de afeiçoar o sonho
Num encontro que se contravêm
Um sonho sem parceria
Num beijo sem a outra boca
Na constância em viver agonia
Uma arejada flor que sufoca
Se resta ao pranto o alívio
Se falta a estrela ao destino
A vida se faz em declívio
Coube ao divino o desatino
No roçar de mãos solidárias
Apenas os corações sem rosto
Nas confissões solitárias
Solidão em sublime interposto
Magestosa se faz companheira
Dirimindo todas as mentiras
Em outrem que a si imbuíras
Revela em si a busca verdadeira
Encontra, o amor dorme sereno
Rara dádiva para outro ser feliz
Ileso o corpo moreno
Na alma persiste a cicatriz
Cabe em si mesmo os destinos
Saber-se o porto seguro
O corpo e alma genuínos
Só o amor lance em futuro
Boa noite Aoshiro, através do site amores possiveis, acabei tendo o prazer de conhecer esse blog maravilhoso, de muito bom gosto. Adorei. Beijos. Tchau!!!! Milva.
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