segunda-feira, 7 de junho de 2010
A tua presença
Caindo a folha suave pelo vento
Como se acenando dissesse adeus
Num desatino segundo em mim desperta
Que os momentos passados já não são meus
Que a saudade que desenha sobre a água
Os finos traços do teu meigo rosto
Num leve ondular do espelho ao meu gosto
De a expressão da esperança do teu sorriso
Mas o vento da solidão nas minhas horas
Num frêmito nos teus cabelos realçados
Entre fios negros reluzindo estrelas
Declinando as pálpebras como se oras
Que assim o seja teu aroma no ar
Numa melodia de acordes aflautados
Todas as cores brandas das aquarelas
Num sinal da cruz a nos abençoar
Esquecido sou nas horas do tempo
Que um trevo nas páginas do livro
Separou as vidas entre os capítulos
E a cada recomeço num contratempo
Escritos na linha da vida e da morte
A dupla linha na palma das nossas mãos
Como a imutável órbita do sol e da lua
O destino e os amores à mercê da sorte
Alvorecer-me-ia em múltiplos pseudônimos
Amando-te nas múltiplas mulheres diferentes
Nas noites sem luar e em cada novo amanhecer
Despertando-te arejada e sem termos
Mas olhando teu retrato imóvel, sem desnível
Transborda-me que preciso da lembrança
Para saber-te muitas, orvalhada e imprevisível
Obscureço a tua imagem para sentir tua presença
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