sábado, 10 de outubro de 2009
Meu coração
Quisera dar-te a dor de todos os meus ais
Todos os momentos de loucura e insensatez
As sensações do vento frio sobre a pele
Das buscas desgovernadas pelas noites
Quisera dar-te o vazio das noites insones
Do peito a solidão festiva de falsas emoções
Dos olhos a tua imagem disforme na neblina
Deixando-te transpassar como luz pelo corpo
Quisera dar-te todos os segredos nobres e pagãos
Um a um, desvendando teu nome lapidado em desejos
Enveredar-te nos campos insanos dos girassóis
Onde escrevo teu nome em vermelho sangue
Quisera dar-te a melhor das mentiras convincentes
Sabendo que em teu coração soarão como verdades
Apertando em minhas mãos a lâmina da falsidade
Felicitando-me, egoísticamente, por tamanha infelicidade
Quisera dar-te o meu coração, desfalecido e retalhado
Acostumado a pulsar doente pelos desejos platônicos
Deixá-lo em tuas mãos, recriá-lo em tua dimensão
Um coração vazio de segredos a espera do teu amor
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