sábado, 5 de setembro de 2009

Alquimia


Caminhemos não importa para onde,
Estaremos juntos simplesmente,

Pela via onde nossos corações celebrem a paz.

Mergulharemos no nosso mais íntimo desejo

Em busca da dor em si mesma.

Encaremos friamente nosso medo

De termos tudo para não sermos nada.

Contemplei a vida com minha armadura polida.

Com a lança em riste matei dragões.

Construí os castelos da fantasia.

Expandí as fronteiras das possessões.

Cavalguei pela ponte entre os sonhos e as ilusões.
Vaidoso acumulei a riqueza para o ter.
Hoje sou prisioneiro dos meus escudos.

Olho firmemente para dentro dos meus olhos.
Nenhum pigmento me fará rubro a palidez da anima.
A solidão conspirou no curso da minha existência.
De desamor caí em espiral para dentro do meu infinito.

Caí da torre do orgulho partindo-me em pedaços.
De onde, soberanamente, abraçava o mundo.
Vem comigo para que eu possa te mostrar a solidão.

Caminhe comigo com os pés descalços sobre a terra.
Pegue a minha mão trêmula e abrace a minha alma frígida.
Nada lhe será temeroso, se meu coração só existe no anonimato.
Vem mostrar-me o caminho que busco para dar-lhe um nome.
Não importa quantas pedras no caminho terei que pisar.

Saberei que nessa direção não sentirei ainda mais a dor.

Vem ao meu lado, ensina-me as canções para sonhar

E eu as cantarei para seus pés dançarem.

Vem, ensina-me a dançar as canções do seu coração
E dançarei embalando seus sonhos e devaneios.

Vem, abre o seu coração e escreva uma poesia que fale de amor.

Mostre-me o medo dos nossos limites e os erros do futuro.

Vem, soltando a sua voz branda recitando a sua poesia

E a cada estrófe que nela contenha o perfume de cada flor.

E eu me sentirei inebriado com os aromas a cada verso declamado.
E quando a brisa trouxer sua essência e tocar meu coração.
Saberei que és única como a camurça da pétala que te reveste.

Quão doce e úmida é o desabrochar de uma flor madura.
Vem, toque meu corpo e ensina-me à alquimia dos magos.

E dessa química de suores destilaremos a pureza de amar.
Encontrar-te-ei nas entre linhas dos teus versos.

Com o brilho do sol refletindo o seu semblante.

A sua inspiração me fará seguir avante com seu olhar esperançoso.

E em sua companhia saberei chorar todas as lágrimas contidas.
Dá-me a sua mão e ensina-me a voar e voar até às alturas.

Quando na altitude de cruzeiro, mostra-me a liberdade para amar.

Tocaremos as nuvens umidecendo nossas faces e nossas auras.

Voaremos livres pelos corredores de vento em silêncio.

E a cada mudança de atitude consciente, estarei caindo e caindo.

E poderei repousar a minha cabeça em seu ombro solidário.

Um cavaleiro sem batalhas, despojado de armadura e lança.

Sem medo de curvar-se, rendendo-se ao toque singelo de um amor.

Saberei ouvir que não sou hoje mais egoísta do que fui no passado.
Que nessa empírica viajem a esperança semeou em campo fértil.
Para colher a transformação de todo o universo de mim mesmo.

Caminhemos não importa para onde.
Estaremos juntos simplesmente.

Pela via onde nossos corações celebrem o amor.

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