quinta-feira, 30 de julho de 2009
Amanhecer - Anoitecer
São poucas horas
Segundos perante o eterno
Neste céu ainda escuridão
Sarapintado de estrelas
Sobre o manto argênteo
Seu olhar entristecido para
Eis que suavemente se doa
Em sua claridade nua
És lua no seu amanhecer
Esvai-se no azul púrpura
Sobre as nuvens em véu
Orvalhando o novo dia
Por sobre a relva e as flores
Gotejando em lágrimas
Como se a saudade amena fosse
Suavizando o calor do sol que brilha
Uma mulher para amar
A sorrir cada dia mais doce
Anoitecida em amares as noites
Amanhecida em amores a cada novo dia
quarta-feira, 29 de julho de 2009
O silêncio de amar - A lua
Vim ver-te...
Nos seus lábios o sorriso solto.
Para contemplar-te um pouco.
Pois tão nuas, são tuas.
São ruas, as suas poesias.
Vim ler-te...
Olhando nos olhos, contemplando a alma.
A inspiração que aflora, a senhora de si.
O amor..
Teu amor persiste, resiste.
Em tua fragilidade insiste e acalma.
Vim ler-te...
Passando pelas suas ruas e vielas.
Para rever-te..
Na chuva deslizando nua.
Sentir-te....
Como flutuas...
Flutuas como a lua.
Na inspiração se despes.
No silêncio de amar.
Canção de amor
São eternos seus momentos
São mágicos teus gestos
Das teclas, o branco e preto
Brando encanto nas oitavas
Silenciosamente pausas
Desejosos de harmonia
Nessa canção me perderia
Na musicalidade do teu corpo
Meu coração fica a mercê
Nas vibrações das cordas
Tatuo em minh'alma tuas clavas
Pedindo asilo em teu sentimento
Pelo teu amor divino
Sou teu anjo torto
Entrego o meu corpo
Meu par de asas
Em espírito murmuro a prece
Pelas mãos que fazem sonhos
Teu rosto que aparece
Anunciando meu destino
terça-feira, 28 de julho de 2009
A lua - enigmática mulher
Corre como um rio intenso
Pressinto e repenso
Com o frio insistente na alma
O suor gélido na palma
Nos extremos da ansiedade e da solidão
Os passos entre a penumbra e a escuridão
Quimeras de tantas nuvens
Te espero se ainda vens
Pairando no ar a descrença
Nos raros momentos de força
Com o peso da dor entre o vento
Resistindo em meu intento
Por essa dádiva desmerecida
Enquanto espero em sobrevida
Faz tanto frio em mim
Saber que a noite não tem fim
Querendo o céu descortinando em estrelas
Piscando milhares de luzes brancas e amarelas
Como se fossem as gotas de lágrimas
Derramando as palavras em rimas
Pingando nas bordas das arandelas
Sem o teu colorido das aquarelas
Como se pairando no ar de emoção
Deixando-se seduzir de contemplação
De estar flutuando em seu sorriso
Não sei se choro ou me faço em riso
Enquanto te espero amorosamente nua
Magestosamente enigmática lua
segunda-feira, 27 de julho de 2009
Prelúdio de amor - Sem você
Ah, que saudade infinda
No tom cinza do mar.
Essa melodia inacabada
Numa fria tarde de cruz
Nossa canção imaturada
Há muita saudade ainda
Nos olhos calados no ar.
De ver renascer do nada
Essa mulher se fazendo em luz
Ao se dar em amor calada.
Há desamor espalhados nos vãos
Conservando no peito uma chama sem cor
Teus abraços buscando a verdade
Sob o luar num jardim sem flor.
Num barco ancorado sem mar
Ah, queria num encontro de mãos
Num sentimento de dor que não é dor
Dizer que a tristeza que tenho é saudade
Entregando-te os sonhos sem temor
Vibrando nos tons, a sua melodia no ar.
Ah, essa espera de alguém que atenta
Transpor a triste agonia em outrora
Amparar-te no afago que encanta
Libertas expurgando o restrito
A sorrir embelezando a flor
Ah, vida que o tempo acalenta
Apreciando o resplendor da aurora
Assiste essa moça que canta
Ruborizada de esplendor constrito
No perfeito prelúdio de amor
domingo, 26 de julho de 2009
Sonetos no papel - duas vidas
São pálidas alvuras.
Sobre a mesa pairam imóveis.
Silenciosamente nuas.
Apaixonadas e tuas.
Nenhuma ranhura.
Vazias em plenitude.
Rasuráveis brancuras.
Flagelos sem cores,
Que o vento acaricia.
Nuas, despidas, despojadas.
Peles, cascas, superfícies.
Infinitas linhas do imaginário.
Retilíneos frascos de papéis.
Essências, fragrâncias.
Inodoros, profundos.
Amores, dores, saudades.
Linhas de ausências.
Sul, leste, oeste, norte.
Vidas, mortes, sorte.
Dissabores, amores, contradições.
Paralelas, cruzadas, circulares, infinitas.
Verso, reverso, face oculta.
Submundos, subterfúgios, periferias.
Retilíneas, ondulares, disformes.
Orvalhos, chuvas, ventanias.
Melodramas, suspenses, alquimias.
Estradas, ressentimentos, filosofias.
Folhas brancas, duas vidas.
Dois amores.
Sonetos no papel.
Um dia o amor
Um dia
Entre tantos ...
Entre si os olhares.
Nas dúvidas Divagando.
Nas reações mudas.
A indecisão entre os corpos.
A pele molhada ...
Corações aquecidos pelo sol.
Entre o sol, os nossos corpos e uma chuva.
Carícias clamando, emitindo sinais.
Atentos Olhos de brilho inquieto.
Alertando os rumores, os tremores
Incontidos desejos de amar.
Um grão de areia
O olhar quedou oblíquo
A êsmo os pés caminham
São as mesmas calçadas
Pela mesma areia
Insensíveis carícias das ondas
O toque suave da brisa
Não há no horizonte o azul
Mesclando ton sur ton
O mar azulado de céu
O céu azulado de mar
O mudo quebra-mar já não ensurdece
Nas ondas o som sobre o som
Deslizando sobre a areia
Apagando todos os rastros
Somente finda uma história
São as gaivotas festeiras
Um grão de areia
O cisco no olho
O olhar mareado
Essa maresia
A êsmo os pés caminham
São as mesmas calçadas
Pela mesma areia
Insensíveis carícias das ondas
O toque suave da brisa
Não há no horizonte o azul
Mesclando ton sur ton
O mar azulado de céu
O céu azulado de mar
O mudo quebra-mar já não ensurdece
Nas ondas o som sobre o som
Deslizando sobre a areia
Apagando todos os rastros
Somente finda uma história
São as gaivotas festeiras
Um grão de areia
O cisco no olho
O olhar mareado
Essa maresia