terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Me ensinaram a ter vergonha do meu corpo, dos meus atos, dos meus pensamentos.

When I Fall In Love[Victor Young (music) and Edward Heyman (lyrics)1952] 
Keith Jarrett Trio in Live Concert

KeithJarrett.org 
http://www.keithjarrett.org/
An unofficial website about jazz pianist Keith Jarrett
~.~.~
Imagen: René Groebli
http://renegroebli.com/
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Me enseñaron a avergonzarme de mi cuerpo, 
de mis actos, de mis pensamientos.
Me enseñaron que lo que pienso es absurdo, 
que lo que hago es ridículo, que lo que deseo es sucio.
Y aprendí a no decir lo que pensaba, 
por vergüenza de que alguien a mi alrededor 
pensara algo mejor.
Y aprendí a no hacer lo que me apetecía, 
por vergüenza de que alguien a mi alrededor 
creyera que era inoportuno.
Y aprendí a no perseguir lo que deseaba, 
por vergüenza de que alguien a mi alrededor 
opinara que era inapropiado.
No contenta con someterme a la mirada externa, 
me plegué también a la vergüenza ajena.
Y aprendí a preguntarle a la vergüenza cómo vestirme, 
no vaya a ser que alguien pensara que 
voy buscando gustar, destacar. 
Y aprendí a escuchar a la vergüenza al desnudarme, 
no vaya a ser que me sintiera cómoda en mi cuerpo, 
y me acostumbrara a enseñar(me)lo sin miedo. 
Y aprendí a consultar con la vergüenza antes de abrir la boca, no vaya a ser que dijera sin filtro 
lo que me pasa por la cabeza, 
y se enterara la gente.
Y dejé de bailar, de reír a carcajadas, 
de preguntar lo que no entiendo, de opinar lo que pienso, 
de compartir lo que siento, de pedir ayuda, de ponerme faldas, de ir a la playa, de comer o llorar en la calle, 
de ir sin sujetador, de pintarme, de salir sin pintar, 
de bajar a la calle despeinada, 
de usar esa ropa que dicen que no me queda para nada, 
de llamar a quien echo de menos, 
de tomar la iniciativa, de decir que No, de decir que sí, 
de quejarme, de vanagloriarme, de estar orgullosa, 
de admitir que estoy asustada.
Y, a base de sentirme cada día más avergonzada, 
entendí que mi vergüenza nunca iba a sentirse saciada. 
Que toda la vida iba a imponerse 
entre yo y mi representante impostada. 
Así que busqué a mi sinvergüenza interna. 
Y le costó salir un poco, 
le daba vergüenza. 
Pero acabó sacándome a bailar, 
haciéndome dúo al cantar, 
saliendo conmigo a la calle con la cara sin maquillar, animándome a hablar, 
a ignorar las cosas que me deberían avergonzar.
Y ahora no tengo tiempo para sentir vergüenza; 
estoy ocupada viviendo.
Autor desconocido
~.~.~

Me ensinaram a ter vergonha do meu corpo, 
dos meus atos, dos meus pensamentos.
Me ensinaram que o que eu penso é um absurdo, 
que o que faço é ridículo, 
que o que desejo é sujo.
E eu aprendi a não dizer o que pensava, 
por vergonha de que alguém ao meu redor 
pensasse algo melhor.
E eu aprendi a não fazer o que me apetecia, 
por vergonha de que alguém ao meu redor, 
eu acreditasse que era inconveniente.
E eu aprendi a não lutar por aquilo que desejava, 
por vergonha de que alguém ao meu redor 
pensar que era inapropriado.
Não contente em me submeter ao olhar externo, 
me apeguei também a vergonha alheia.
E eu aprendi a perguntar à vergonha como me vestir, 
não vá ser que alguém pensasse 
que estou procurando por gostar, destacar. 
E aprendi a ouvir a vergonha quando tirei a roupa, 
não vai ser que eu me sentisse confortável em meu corpo, 
e me acostumar a ensinar (me) o sem medo. 
E aprendi a consultar com a vergonha antes de abrir a boca,
 não vá ser que dissesse sem filtro
o que me passa pela cabeça, 
e se soubesse as pessoas.
E deixei de dançar, de rir alto,
de perguntar o que não entendo, de opinar o que penso,
de compartilhar o que sinto, 
de pedir ajuda, de usar saias, de ir à praia, de comer, 
ou chorar na rua, de ir sem sutiã, de pintar,
de sair sem maquilagem, de ir à rua despenteada, 
de usar aquela roupa
que dizem que não me serve para nada,
de chamar quem eu sinto falta,
de tomar a iniciativa, 
de dizer que Não, de dizer que Sim, 
de reclamar, de imodéstia de estar orgulhosa, 
de admitir que estou com medo.
E, à base de me sentir cada dia mais envergonhada, 
percebi que a minha vergonha nunca ia se sentir saciada. 
Que toda a vida ia ser impostas 
entre eu e minha representante impostada. 
Então procurei a minha sem vergonha interna. 
E Custou sair um pouco, 
ela tinha vergonha. 
Mas acabou me convidando para dançar, 
me fazendo dueto ao cantar, 
saindo comigo para a rua com a cara sem maquiagem,
encorajou-me a falar, 
a ignorar as coisas que me deviam envergonhar.
E agora não tenho tempo para sentir vergonha; 
estou ocupada vivendo.
Autor desconhecido