Contigo a la Distancia - Christina Aguilera
A vida é um vento morno
Um intento contente de ser
Num passar despercebido
Como um clarão no dia morto
Num descontente anoitecer
No espaço do amor desordenado
Na madrugada fui íntimo da noite
No meu terminado ser do passado
Na voz do silêncio nas aves
Para ouvir o sonho das virgens
A vida é o desejo de viagem
No eterno entre a luz e a vida
No meu balançar da folhagem
Como o adeus do teu gesto
Que existe no meu adeus
Nas estrelas o brilho ausente restava
A minha face sem a tua face
A misteriosa essência dos abandonos
Da minha carne sem a tua carne
O mesmo sangue que em nós circulava
A vida é um brilho presente
Foi uma estrela intensa
Como a tua luz cadente
Como um desejo de noite
Da tua voz rouca na minha voz
Teus dedos entrelaçarão outros dedos
Na tua fala amorosa em outra face
Tuas pernas enlaçando outros desejos
Na dormida brasa o acender das chamas
Tangidas pela ressurreição dos anjos
A vida é um amar de repente
O querer da fé dos desesperados
Um beber a sede na gota de orvalho
Um desabrochar no íntimo da noite
Num transbordar de carícias nas bocas
Os lábios que ardem nos beijos
O brilho no cerrar das pálpebras
Entrega os ideais n'outros desejos
Tuas pernas de sol se enlaçam
Nas pernas de outros carinhos
A vida é um eterno momento
Num voo breve e num pousar
De um destino para outro lugar
Por mais que declino e resisto
O amor pousa n'outro voar
Sou quem ama e inventa os sonhos
Na distância sonhada das coisas que amavas
No palpitar da ruinaria de ter sobrevivido
Nem sabes o bem que fez o amor distante
De súbito pensara ser o teu sonho vivido
A vida é um desatar de nós
O desabrochar de mil pétalas ao vento
As lembranças que não eram nossas
Das mensagens perdidas em nós
Na memória das flores silenciosas
Em silêncio escuto a voz da dor
Nada poderei dar senão o desejo
A essência dos poderes do amor
Crio o desamor na distância
No tempo que a gente inventa
A vida é um pecado intenso de adeus
Uns partem num purificar de almas
Outros gostam do silêncio de amar
Como a saudade que parou no tempo
Num eterno levar de poemas a Deus