domingo, 10 de fevereiro de 2013

Memórias de chuva



Memoirs of a Geisha Soundtrack

Em proibida história te tornastes  
De um mundo delicado
Em ser contada não deverias
Proibida pelos teus mistérios 

Faz-se mistério para não sobreviver
Apenas em ser passante estranhamente

Torna-se água pela correnteza
Faz-se caminho por entre as pedras
Recria-se no novo caminho
Deixas o vazio evaporando-se

Resta-me mar que salga os peixes
Por entre os dedos somente me resto

Quisera não fosses da cor d'água
Faço-te olhos de um bosque
Tão enraizada feito terra
Numa árvore dos meus desejos

Resta-me floresta como seu templo
Salvo-me pedra gravando o teu poema
 
Dos teus olhos cor de chuva
Roubo o inesperado das palavras
Gravando-te na superfície da pele
As breves sentenças de inverno 

Torna-se chuva sobre as palavras que escrevo
Onde nada se lê, somente podes sentir   

O destino me trouxe o inverno
Numa visita inesperada
Feito água na tua cor de chuva
Apagando as frases com tua pressa

Teu jeito água de ser com pressa
Na beleza criada do mundo secreto

Em ti convive a agonia e a beleza
Onde meus dedos sangrarão 
Sobre os teus lábios vermelhos
Silenciosamente no coração te guarda

Lá fora escuto as janelas que escutam o segredo
O segredo que não se contém da inveja de ti

Nada permanece em esperança alguma
De morte lenta o coração morre
Olhando o futuro caindo do céu
Feito chuva sobre o poema

Recordações de felicidade feito sombras 
Esperança alguma se nada permanece 
Nas águas profundas dos teus olhos
No transparente segredo do teu rosto