domingo, 10 de julho de 2011
Tempo de viver
E a vida seu curso seguirá
E pela chuva ela passará
E no sol se iluminará
E das tuas dores não saberá
E das tuas alegrias não sentirá
E todo efêmero sublimará
E a solidão sentida contradirá
E no final a vida te lembrará
És terra
Coração perdido
Hoje não tenho cansaço
Indiferente a minha angústia
Com tuas lembranças refaço
Toda a minha alquimia
A minha agonia insiste
Em buscar-te nos tristes versos
A encontrar nas entrelinhas
Os teus segredos reversos
Lastimo o meu destino implacável
Meu tempo presente chegou antes
O meu amor chegou como presente
Num desencontro inalienável
A minha dor na busca persiste
Do alívio no sabor dos sonhos
No brilhante lacrimejar na íris
Meu coração de amor substraíste
Se agora escrevo poemas vazios
Vazio como um peito sem coração
Uma poesia perseguindo palavras
Fazendo-me tolo diante dos desafios
Hoje tornei-me um mistério
Com a mão que colhe palavras
Escrevo no branco das páginas
Somente o que em ti leio
Meus sonhos indecifráveis
Fazem a ponte com o coração
Porque a luz dos olhos teus
Me fazem ver que não são meus
Sem dona por vários dias
Procuro um coração perdido
Hoje caminho refazendo os passos
Preciso encontrá-lo nas tuas poesias
Nas cores do retrato
O inverno cobre a noite de frio
Lentamente chove a melancolia
Persiste a solidão no longo caminho
O materno desejo da tua companhia
Pelo escorregadio gélido vidro
A saudade lacrimeja em gotas
Admirada a paisagem observa
A janela emoldurando a moça
Nas fotos como vou buscando
Só um instante de reencontro
Encontrar-me ouvindo a tua voz
Meu nome se abrindo encanto
No calor das tardes de sol
Pelas vertentes divisórias da casa
Como as linhas da palma da tua mão
Revelam teu plano da criação
Em cada aresta transparece a magia
Das cirandas ingênuas de alegria
Rodeando em pétalas de afeto
Floreando a minha rosa mais querida
Na suave sombra do dia
Afagas a mão entre o cabelo
Teu colo para o aconchego
Na cantiga que embala o sono
Repouso no caminho do sonho
As infinitas lembranças abraço
A tua graça segura das companhias
Refúgio de todas as minhas ventanias
O inverno me cobre a noite de frio
Lentamente chove a melancolia
Persiste a solidão no meu longo caminho
O materno desejo da tua companhia