segunda-feira, 21 de março de 2011
Cantiga de amar
Há uma cantiga no ar
Uma pequena sereia
Colhendo estrelas cadentes
Embalando as vagas do mar
Pequenas sereias no mar
Colhendo cantigas cadentes
Reluzentes nas vagas
Embalando as estrelas no ar
quinta-feira, 10 de março de 2011
Para se ter um grande amor
Para se ter um grande amor
É preciso estar distraído
Ser pego de súbito
Enxergar além da imagem
Reconhecendo o conteúdo
Para se ter um grande amor
É dar um presente a quem se ama
Sabê-la feliz pela modesta surpresa
Compartilhando esse momento de alegria
Sem que ela perceba que é o teu aniversário
Para se ter um grande amor
É pulsar a música no sangue
Galgar é preciso além dos corpos
Navegando os olhos nos olhos
Abandonando o corpo no prazer da alma
Para se ter um grande amor
É preciso saber-se parte do outro
Pelo desejo de amanhecer juntos
É preciso saber-se mútuo
E que a morte um dia irá separar
Para se ter um grande amor
É preciso um conteúdo de valores nobres
Sem esquecer do lado prático e mundano
Que o que se fez no passado não se desfaz
E dizer o que sente é a mais pura verdade
Para se ter um grande amor
É preciso ter paciência
Esperar que amor um dia aconteça
Sem querer insistir em ser correspondido
Que só se pode amar quando se tem amor
Para se ter um grande amor
Não basta prometer para se esquivar
É saber que o lado bonito fica cansado
É preciso respirar a própria identidade
Cada qual no seu devido momento se ser
Para se ter um grande amor
É preciso muita liberdade
É apoiar sem submissão
É soltar as amarras da embarcação
Com as velas ao vento querendo voltar
Para se ter um grande amor
É preciso fazer uma retrospectiva
Saber se o grande amor já passou pela vida
E antes de ter, é preciso ser um grande amor
Antes que a vida acabe para se viver um grande amor