segunda-feira, 1 de março de 2010

O tempo de viver


Corre o suor pela fronte
As mãos transpirando gélidas
Sobre a corda tão bambas

Sob os olhares do mundo pronto
Veste a pele transformada
Numa armadura de vitórias

Nos olhos delineando as cores
O rubro salientando os lábios
Na boca desabrochando o riso

Ocultas sob a face da beleza
A face oculta do medo
Os medos ocultos na mesma face

Na tua imagem no espelho
Vestindo delineando o corpo
Os pés equilíbrando em saltos

Tão plena de lembranças
Emoções e desejos apegada
Antigas emoções latentes

A bolsa plena de lembranças
Necessaires e afetivas recordações
Analgésicos para amores passados

Deslizas por iguais caminhos
De um dia para o outro
Indispostas em perder o passado

Gravando as mensagens no fim do dia
Saudando fielmente o ano velho
Caminhas lentamente pela vida

Com os olhos fixos no retrovisor
No passado sem despedida
Estática no tempo do medo

No futuro há somente o passado
No presente apenas um corpo
E a ilusão de viver a vida