quinta-feira, 29 de abril de 2010
Manhã
Ilumina
A noite se desfaz na intensa claridade
Festivos chilreios na acuidade
Trazendo o cheiro da manhã
Clareia
Revelando o corpo que seduz
Suaves traços a meia-luz
Salientes no enlevo do alvorecer
Imagina
Tua ingenuidade da infância
Crescente vigor da exuberância
No tempo espôntaneo de ser
Germina
Qual velho jardineiro que insiste
Envelhecida mão que resiste
Regando perseverança nas manhãs
Orvalha
Na terra seca e nas ervas daninhas
Sem pousada para as andorinhas
Disformes canteiros de um jardim
Floreia
A semente da paixão latente
A saudade do beijo renitente
Nascente desejo que não tem fim
Anoitece
Tão próximo o coração em ciranda
Macia pétala de pele branda
Transbordas perfumando o ar
Sacia
Na pequena taça de essência
A Divina oferenda me acracia
Tempo da sutil beleza de amar
Macia
Ilógica harmonia entre duas bocas
Ruborizado desejo entre vozes roucas
Cerrando os olhos transbordando