segunda-feira, 10 de agosto de 2009
Eterno recomeço - Recomeçar
Estás tão sozinha
Deslizando pelos lençóis
Nas linhas curvas do corpo
As marcas deixadas pelos sóis
Suavemente minha
Com as cores dos rouxinóis
Na pele a sensibilidade que usurpo
Dos sussuros suaves em bemóis
No segredo da entrelinha
Sua ausência nos vaivéns
Num deslizar de nuvens
Enluarando os vitrais
Abraças o vento e desalinha
Exalando o perfume que tens
Deixando os corações reféns
Na tênue linha divisória dos finais
Superas o tremor em caminhar
Sem medo de ter e se perder
Respiras esse ser, amar e crescer
Transformas a vida num recomeçar
Coisas do amor
Vou esquecer
Da sua boca o vermelho
Dos lábios o teu gosto
Da tua pele o sal
De todos os teus ais
Sem o vermelho que pulsa
O sangue que borbulha
Esqueço-me de ti
Sem sonhar teu rosto
Arrancando-te de mim
Da minha pele a memória
Da tua cama o perfume
Deixo no vento o teu cheiro
Nas ondas do mar o teu suor
Enquanto espero acontecer
Vou perdendo-me do azul
Atracando-me no cais
Criando limo no coração
Enquanto espero adormecer
Vou lembrar eternamente
Que ainda vou te esquecer