segunda-feira, 31 de agosto de 2009

No mar do tempo


De mim esta ilha deserta
O último frasco lanço no mar revolto
Única lembrança "in vitro" do teu perfume
Do suave aroma que guardo em memória
Sem ter mais onde, só uma mensagem

Perdendo de mim um dos tesouros
Um amargo bilhete lamento no verso
Da folha transcrita com a tua poesia
São palavras colhidas sob o luar
Nas entristecidas noites de estrelas caidas

Na areia onde corpos um dia souberam amar
Dois corações que a emoção insistia querer
A última esperança divina de amar em paz
Com todos os caprichos de uma canção
Que o tempo enternecido parou para ouvir

Sei hoje o lamento que dissolve n'alma
Quando trazes no choro do olhar o destino
Os teus lábios trêmulos em partida de adeus
No mar do tempo entrego a saudade de amar
Dentro um bilhete no frasco por todos os mares


Um comentário:

  1. Dessa sempre tua admiradora - Raquel2 de setembro de 2009 às 10:15

    Lindo... muito amor para um só poema. Ainda bem que há um 'algo' em nós que é imortal... Um bilhete com uma centelha divina que esse frasco mortal carrega... através dos muitos mares da existência...

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