segunda-feira, 31 de agosto de 2009

No mar do tempo


De mim esta ilha deserta
O último frasco lanço no mar revolto
Única lembrança "in vitro" do teu perfume
Do suave aroma que guardo em memória
Sem ter mais onde, só uma mensagem

Perdendo de mim um dos tesouros
Um amargo bilhete lamento no verso
Da folha transcrita com a tua poesia
São palavras colhidas sob o luar
Nas entristecidas noites de estrelas caidas

Na areia onde corpos um dia souberam amar
Dois corações que a emoção insistia querer
A última esperança divina de amar em paz
Com todos os caprichos de uma canção
Que o tempo enternecido parou para ouvir

Sei hoje o lamento que dissolve n'alma
Quando trazes no choro do olhar o destino
Os teus lábios trêmulos em partida de adeus
No mar do tempo entrego a saudade de amar
Dentro um bilhete no frasco por todos os mares


sábado, 29 de agosto de 2009

Secret Garden


Dawn Of A New Century
(Tradução)

Imagine...
Nosso planeta flutuando silenciosamente no espaço.
Ao seu redor, uma pomba branca voa sempre circulando.
Todos os cem anos, a asa da pomba.
Com suavidade toca a superfície da Terra.
O tempo que levaria para a asa emplumada
Usar este planeta até nada. . . é eternidade.
Dentro da eternidade, o tempo passa.
Dentro do tempo, há mudança.
Logo, a asa da pomba branca...
Vai tocar nosso mundo novamente.
O amanhecer do novo século...
Tempo para um novo começo...
Agora é eternidade
Ao surgir do
Amanhecer do novo século
Mil anos
De alegria e lágrimas
Nós deixamos pra trás
Amor é nosso destino
Celebre o
Amanhecer do novo século
Deixe vozes soarem
Regojizarem e cantarem
Agora é a hora
Agora é eternidade
Amor é nosso destino
Amanhecer do novo século
--Rolf Lovland

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Mea culpa, mea culpa...


Nos ponteiros das horas
O tempo passou
Perdi o trem
A felicidade passou
Não a reconhecí
Levou a minha paz
Hei de chorar...
Chorar até o final dos tempos
Guardarei a tua dor
Tamanho espaço no peito meu
Ficará em mim o vazio de amor


Na janela do tempo


Na luz tênue refletida
A saudade aérea e rarefeita
Consome um naco e tanto
De uma parte de mim
Apago a luz e não verei

Pior que a insistência do vazio
Sob o manto da escuridão
Qual indecifrável esquecimento
Ser a dor constante enfim
Acendo a luz e não sentirei

Os lábios confessarão o segredo
Que na musicalidade de um beijo
O coração descompassa o ritmo
Buscando a harmonia do desejo
Tapo os ouvidos e não escutarei

Almas se mesclam em energia
Plenas no silêncio das palavras
Muito além das carícias que enseja
O instante absoluto do momento
Paro no tempo e não calarei

Sem limite de esperança
Na ansiedade da espera
Pudera o firmamento
Dissimulasse de jasmim
Sob a luz divina e findarei

Passante pelos vários mundos
Desvendando todos os segredos
No tempo que os manifestar
No curso dos teus sagrados dias
Sei (até lá saberias) e eu não mais existirei

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

A lua que me resta


Nasceu em mim a tua presença
Mostrando-me a tua dor
A ela transpus-me louco
Peito aberto de amor

Em teu rosário uni-me em tuas preces
No teu sorriso a minha alegria
Das tuas lágrimas a amargura
Sou tuas promessas de desventuras

Percorres pelas minhas artérias e veias
Reconhecendo a cada tecido do que sou feito
Asfixia-me a saudade e venosamente clamo.
Oxigena-me a alma

Enfraquece-me o teu silêncio
Sentenciando-me ao suplício da noite
Negas ao luar adentrar pelas frestas
Suave teu cálice transbordas

Sob a lua que me resta
Cala-me de amor e beijas

terça-feira, 25 de agosto de 2009

No silêncio do sorriso


Longe das mãos meus desejos
De olhar o céu nos olhos teus
A fria garoa do tempo nos para
Separa as lágrimas na mesma dor

Entristecida lua sem lampejos
Se cobre de nuvens de adeus
Esconde na dor que me desampara
Na ausência do teu rosto alentador

São intensos frios em mim malfazejos
Sentindo tuas lágrimas nos lábios meus
Molhando o triste beijo que de mim a separa
De estar entregue aos espinhos do desamor

Resgatar a beleza das estrelas aos realejos
Renascer teu sorriso nos sonhos apogeus
Iluminando com as estrelas o teu sono aclara
Sobre o leito de flores teus sonhos de amor

O incontido desejo de amar-te nos versejos
Sangra-me aos poucos a sina do semideus
Mortal a cada esquina pela felicidade se ampara
No divino bem querer no coração o teu amor

domingo, 16 de agosto de 2009

O encontro - de almas


Por todos os nossos passos
Desalmada espera infinda
Pelas noites derramando luares
Por todos os sóis iluminando a tez

O tempo no rosto e os taços
Dentro de nós o vazio ainda
Nesse desencontro de lugares
Numa incerteza que o destino refêz

Recorrente incerteza dos abraços
Só tua imagem reside a mente
Fortalece a saudade que insiste
Dentro em mim esse vazio de nós

Pelo descaminho da eternidade
Passado, presente e futuro
São iguais tempos de solidão
No acaso da sina na vida que gira

Persigo as pegadas na areia
Perdendo-te nas ondas que as desfaz
Quanto mais viver nesse desejo
Razão única do andar perdido

Sentir-te existindo em outros mares
Cochichando poesias ao vento
Se minh'alma reside em teu corpo
Te encontrem os versos que afloram

Sejam mais que perfeitos sonhos
Em enigmática vivência de felicidade
Iluminando tua alma em meu corpo
Na cumplicidade do amor perfeito

sábado, 15 de agosto de 2009

Brevidade



Nunca é tarde...
Ou cedo para amar-te.
Ou tarde para ter-te.
Nessa brevidade da vida.
Levo um pouco de ti.
Deixo um pouco de mim.
Deste desencontro,
Nunca mais seremos os mesmos.
Passamos por este intervalo
Entre a vida e a morte.
Amando-nos, fazendo arte.

A Solidão



Se a noite nos incomoda com doces lembranças.
Farfalham os lençóis sussurrando aos nossos ouvidos.
Não nos incomodemos se nossos braços buscam o abraço ausente.
Se a imperceptível melancolia nos incomoda com a insônia.
Não relutemos em dar boas-vindas a quem de longe chega.
Sejamos sinceros e solidários a esta rejeitada amiga.
Com mãos afetuosas estendidas a acolheremos em descanso.
Tenhamos o melhor de nossos corações em oferenda.
Sejamos francos em compreendê-la com carinho.
Se fomos felizardos de um destino do amor comum .
Nós sabemos o que nos inspira toda essa nossa confiança.
O mais sincero entre nós dois a reconhece das desventuras.
Pois, ora sabemos, ninguém é mais solitária que a solidão.
Essa insensível dor hospitaleira persistente de vazio.
Levantaremos os nossos braços entrelaçados num brinde.
Isso é o que nós torna sábios e sóbrios em autoreclusão.
Embeberemos nossas mágoas no alto teor das lágrimas.
Comemorando no silêncio o incontido desejo ser feliz.
E nesses momentos solitários lapidaremos as melhores palavras.
As que possam revelar todas as emoções transitórias do pensamento.
Sombreando nossos olhos no tempo de muitas páginas e ricas estórias.
Nem os papéis em branco faltarão em homenagem para um lindo poema.
Nesse único momento de criação, uma linda canção embalará o seu coração.
Deixando em devaneios as suas emoções transbordarem nas aventuras.
Nessa corajosa busca inconsequente da transparente e necessária solitude.
Com o coração em penitência, sua mão será o guia das doces orações.
Frase a frase, mesclando melancolia e mágoas em suas estrófes.
Serão como as súplicas de um reincidente aprendiz no amor.
Edificando com preces divinas o nosso mágico templo de contos e versos .
Consagrando aos céus a justa recompensa da necessária solidão.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Apenas um olhar


Mais uma vez o silêncio se fez presente.
Nesse breve momento pelo olhar nos encontramos.
Numa indesejada saudade dos corações palpitantes.
A voz do medo alertando pelos erros do passado.
Transformando as emoções em ressentimento.

Estamos descompassados de ilusão nos vitimando ao acaso.
Quando sublimamos essa paixão inacabada no mais puro vazio.
Um sentimento premauro coberto sob as folhas do outono.
Falemos francamente sem pressentir as mágoas futuras.

Se somos as vítimas desse desencontro passional.
Vivendo com as mãos trêmulas aprisionadas nos paradigmas.
Se resistiremos ao tempo vestidos com todas as regras.
Transparecendo calmaria quando vivemos em tempestade.

Quero saber se você abriria mão de todos os seus valores.
Se num mar revolto se arriscaria em naufragar.
E no sabor das vagas se entregaria sem ressalvas.
Sem todos os seus medos de estar em solidão.

Quero saber se você resistiria em mudar seu conteúdo.
Se insistiria em manter-se escondido nesse vazio de amor.
E no momento de chorar não se sentiria constrangido.
Sem receio de ferir-se em seus sentimentos mais nobres.

Quero saber se você se sentiria tão pequeno diante de si mesmo.
Se resistiria em olhar a vida por uma fresta o passado distante.
E nesse momento ficaria acabrunhado e escondido no anonimato.
Não se permitindo abrir nenhuma porta para sair dessa clausura.

Quero saber se a vida a cada dia mais lhe ensina a amar a si mesmo.
Se por essa insistência de cada dia você se esquece aos poucos.
E por um descuido de si mesmo consegue amar-se para amar ao outro.
Sem se importar em querer se redimir por querer amar e amar.

Quero saber se você se fortalece com seus sonhos e seus desejos.
Se as alturas não fazem o limite da sua grandeza sem medo de cair em si.
E seu corpo não se intimida com os seus fracassos e as suas frustrações.
Que idealizar seus sonhos é pensar com a essência do seu coração.

Quero saber se você é capaz de um gesto nobre perdoando-se a si mesmo.
Se percorreu todo o seu labirinto desvendando os seus segredos.
E a cada investida mal sucedida foi capaz de reconhecer-se culpado.
Que é mais doloroso dizer não a si mesmo ao assumir o próprio erro.

Quero saber se você reconhece que não existem vítimas ou culpados.
Se em todos os carentes que anseiam o amor só existe a cumplicidade.
E sem distinção estamos pactuados num jogo sem regras.
Não nos permitindo o julgamento, só a perpétua sentença de ser feliz.

Quero saber se você insiste em esquecer para continuar lembrando eternamente
Se as nossas vidas estão opostamente em paralelas.
Nesse breve momento de corações palpitantes.
O horizonte no infinito supostamente fará um novo encontro.

Será intenso, um muito breve.
Apenas um olhar.

Um bilhete ao passado


Os teus passos
N'algum lugar
Tuas pegadas
Num rumo nenhum

São rastros seguidos
Aos passos teus
São teus olhos em espanto
Buscando lugares comuns

Ah! Sequência inseparável
Muitas foram as paisagens
O passado no tempo presente
O elo perdido no vento

Te persegues sozinha
São tuas as pegadas
Seguindo sem rumo
Teus passos adiante

A insana busca de si mesma
Um lugar comum no passado
As mesmas paisagens
O sentido fazia sentido

Era inverno em toda razão
Hibernando em retiro
Corpo e alma
Sonhos e emoção

Persegue-te avante
Pergunte ao teu coração
Se foram prévios os momentos

Tua sina
Tua morte
Teu bilhete
Tua palavra

São tuas as paisagens
Recria-as aos teus olhos
Aos passos que te seguem
Um futuro momento em aguardo

Teu presente é só teu
Delegas a si mesma
Pelo amor futuro
Um bilhete para si mesma

Uma palavra apenas
Ao passado...
Adeus

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Eterno recomeço - Recomeçar


Estás tão sozinha
Deslizando pelos lençóis
Nas linhas curvas do corpo
As marcas deixadas pelos sóis

Suavemente minha
Com as cores dos rouxinóis
Na pele a sensibilidade que usurpo
Dos sussuros suaves em bemóis

No segredo da entrelinha
Sua ausência nos vaivéns
Num deslizar de nuvens
Enluarando os vitrais

Abraças o vento e desalinha
Exalando o perfume que tens
Deixando os corações reféns
Na tênue linha divisória dos finais

Superas o tremor em caminhar
Sem medo de ter e se perder
Respiras esse ser, amar e crescer
Transformas a vida num recomeçar

Coisas do amor


Vou esquecer
Da sua boca o vermelho
Dos lábios o teu gosto
Da tua pele o sal
De todos os teus ais

Sem o vermelho que pulsa
O sangue que borbulha
Esqueço-me de ti
Sem sonhar teu rosto
Arrancando-te de mim

Da minha pele a memória
Da tua cama o perfume
Deixo no vento o teu cheiro
Nas ondas do mar o teu suor

Enquanto espero acontecer
Vou perdendo-me do azul
Atracando-me no cais
Criando limo no coração

Enquanto espero adormecer
Vou lembrar eternamente
Que ainda vou te esquecer

domingo, 9 de agosto de 2009

O essencial ao coração - O invisível


Quando amanhece em ti
São alvas nuvens que te veste
Descortinando o azul do firmamento
Desaguando em gotas nos meus braços

Quando anoiteço em ti
São desejos desfilando em poesias
Cintilantes como estrelas
No aconchego de teu colo

Quando há escuridão em mim
Tua luz se vai vespertina
Bailando as pétalas ao vento
Teu corpo sob raios do luar

Quando nos possuimos
Corações e espíritos tramam
Dos arbítrios a única chama
Num duplo suspiro se esvai

Quando me faço temor
Sem ser sensível aos teus sinais
Nos teus momentos de esplendor
Negar-me a criança que há em ti

Temo o invisível aos meus olhos
Amar é essencial ao meu coração

sábado, 8 de agosto de 2009

Amor


Diante aos olhos meus
Dormes serena
Dentro de mim
Renasce em ternura

Incrédulo te assisto
Desabrochando em flores
São luzes multicores
Teus aromas e segredos

Nos canteiros do teu corpo
Te transformo em meu jardim
Meu descompassado coração
Mergulha profundo e latente

Teu mar bravio em tempestade
No silêncio dizes tudo
Sussurando os meus desejos
Somas os pedaços de mim

Desvendas o meu anoitecer
Todos os medos e segredos
Que não me basto e te preciso
Preciso para ouvir as estrelas

Alcançar as minhas montanhas
Preciso para salvares de mim
Acordar sentindo saudade
Perder-me em longos abraços

Resgatar-te dos meus sonhos
Tornando-a em minha realidade
Reconhecê-la em todas as estações
Preciso encontrar-me no teu amor sem fim

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Amada nostalgia


Queria amar-te um pouco.
No tamanho exato do desejo.
Nem muito, nem rouco.

Queria possuir-te intenso.
Sem culpa, nem afoito.
No gozo infinito indefenso.

Queria tornar-me teu.
Transformar-me num louco.
Ser pouco ou muito seu.

Queria habitar-te o peito.
Mas bem sei onde moras.
Lá te encontro perfeita.

Queria conjugar-te a vida.
Reclusa em meu coração.
Nele estarás aquecida.

Queria acordar um dia.
Num lindo amanhecer
Com os pés na via.

Queria estar apenas,
Nas suas poucas lembranças
Nas entrelinhas da tua poesia.

Queria estar em agonia, amando-te
E por esse amor conviveria
Transformando-te em nostalgia

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

O segredo


Queria seguir-te aos olhos
Sob o sol nas ruas
Encantadoramente linda
Terei a felicidade por amá-la infinda

Seja apenas seu coração de outrem
Somente eu saberei admirá-la única
Com seus cabelos soltos pelo vento
Sentindo-a úmida ao sabor das manhãs

Saberei da tua delicadeza de orquídea
Teu sedutor caminhar sobre plumas
Nas vestes a sensualidade que inflama
Perfumando as flores dos jardins

Este será o meu segredo
Entre mim e a natureza
Zombaremos daqueles que te desejam
Os infelizes que não te reconhecem

Apenas conhecem o corpo
De uma mulher desejada
Desconhecem a alma iluminada
Corpo e alma que a torna única

sábado, 1 de agosto de 2009

Falando no amor - Para você


Nas delicadas linhas do rosto o sorriso.
Ao longe respira esse olhar aéreo.
Sensualmente leve seu andar flutua.
Numa circunspecção pensante no ar.

Seu coração distraidamente em riso.
Num sentimento delicadamente etéreo.
Ante ao amor transparecendo nua.
Espontaneamente doce de amar.

Por tantos momentos no umbral a espreita.
Muitas das horas em companhia da lua.
Da inquietude das mãos anciosas.
Desejosa cantiga na escuridão ecoa.

Desperta nos sonhos e das razões refeita.
Refez-se de amiga a amante cativamente sua.
Esperançou-se em luz das emoções receosas.
Indescritíveis poesias em sonhos delirantes voa.

Na transparente mutualidade dos desejos.
Do desejo de amar, a outra metade.
Da suave escuridão, as estrelas.
Dos braços do mar, a areia.
Das bocas, a outra metade do beijo.
Da sensibilidade das partes, a harmonia do todo.
Falando no amor verdadeiro.
A outra metade da verdade de amar.